Corpo de advogado não apresenta lesões e reforça tese de acidente no lago
Exames de médicos legistas indicam que Carlos Eduardo não apresentava fraturas ou marca de violência. Policiais apuram o horário da morte
atualizado
Compartilhar notícia
O corpo do advogado Carlos Eduardo Marano Rocha, de 41 anos, passou por exames no Instituto de Medicina Legal (IML) na manhã desta quarta-feira (5/7). O Metrópoles apurou que os médicos legistas não encontraram nenhuma lesão que possa invalidar a principal linha de investigação da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), a de que ocorreu um acidente.
O corpo não tem fraturas, lesões ou qualquer marca de violência. Os policiais ainda apuram o horário da morte. Investigadores ouvidos pela reportagem afirmam que os elementos colhidos até agora confirmam que o advogado caiu do barco e morreu por afogamento.
Os depoimentos prestados na delegacia são harmônicos e não há versões divergentes. Também não há previsão de reinquirir as testemunhas. No entanto, o fato que chama a atenção da polícia é que ninguém viu a hora em que o advogado caiu na água, ponto que causa revolta nos familiares.
O celular de Carlos Rocha foi apreendido e está sendo periciado. O objetivo é encontrar informações sobre desavenças ou até mesmo chegar a alguém que pudesse querer fazer algum mal a ele, possibilidade, entretanto, considerada remota pelas autoridades. As embarcações também foram periciadas na manhã desta quarta-feira (5/7). Todos os laudos serão encaminhados à 10ª DP.
Exames toxicológicos e de alcoolemia foram solicitados ao IML. Porém, segundo a polícia, não é possível garantir se algo será identificado devido ao estado de putrefação do cadáver.
Quatro dias de busca
O cadáver foi localizado no Lago Paranoá no início da noite dessa terça-feira (4/8), perto do clube Cota Mil. Pelas vestimentas, a família confirmou que se trata do advogado. A vítima foi levada para a margem, e os parentes fizeram o reconhecimento oficial.
Carlos Eduardo estava desaparecido desde o último sábado (1º/8), após supostamente ter caído de uma lancha. Os militares do Corpo de Bombeiros do DF (CBMDF) procuravam pistas desde o primeiro dia.
Das 12 pessoas que estavam na lancha, oito foram ouvidas pela polícia. Caso a PCDF comprove que ocorreu, de fato, um acidente, é possível que não haja responsabilização criminal por falta de nexo de casualidade, explicou um dos investigadores à reportagem.
Quem é
Carlos Eduardo era carioca e trabalhava para o escritório paulista Leite, Tosto e Barros Advogados. Ele era separado, não deixa filhos e morava no Noroeste. O advogado cuidava das áreas de agências reguladoras, consumidor, resolução de conflitos e contencioso estratégico em tribunais superiores.
Ele tinha experiência profissional de 14 anos, mais especificamente sobre direito obrigacional, contratual, bancário, além de ter expressiva prática na realização de auditorias. Formou-se em direito pelo Centro Universitário Euro-Americano (Unieuro) e fez pós-graduação em direito civil e processual civil pela Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, e em direito público pela Fortium Cursos Jurídicos, no DF.
Um vídeo mostra o advogado antes de ele desaparecer.
Confira as imagens: