Corpo da primeira vítima de feminicídio no DF é sepultado em Taguatinga
A auxiliar de serviços gerais Isabel Ferreira Alves, 37 anos, foi assassinada a facadas pelo ex-companheiro após uma discussão
atualizado
Compartilhar notícia
Após mais de três horas de espera, amigos e familiares da auxiliar de serviços gerais Isabel Ferreira Alves, 37 anos, participaram do sepultamento dela, no fim da tarde desta segunda-feira (11/1), no Cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga.
Inicialmente, o corpo seria enterrado às 15h, mas um problema na documentação da funerária atrasou a liberação do e o enterro ocorreu às 18h30.
A vítima foi morta a facadas pelo companheiro, por volta das 21h de sexta-feira (8/1), no Conjunto D da QNN 3, em Ceilândia.
Amiga da família, a manicure Maria José Brandão Mendes, 37 anos, esteve no local para dar o último adeus a Isabel. Segundo ela, todos sabiam que o relacionamento era muito conturbado e temiam por um triste fim. Maria conta que o agressor já havia dado sinais e até esfaqueado a vítima anteriormente, no ano passado.
“Ele chegou a ficar preso. Isso que ocorreu deve servir de alerta para todas as mulheres. Quando acontecer da primeira vez, é importante denunciar e tentar sair desse relacionamento. Hoje, estamos aqui para sepultar o corpo dela. Nós demos vários conselhos e terminou assim.”
Ainda segundo a amiga, Isabel era uma ótima pessoa, sempre divertida, feliz e boa mãe. “Parecia alegre, mas sabíamos que ela não estava completamente feliz. Esperamos que o ex-companheiro e responsável por tudo isso passe o tempo que for possível na cadeia para pagar pelo o que fez.”
Veja imagens do enterro de Isabel:
O assassino
Marcos Soares Pereira, 36, foi preso por agentes da Delegacia Especial de Atendimento a Mulher II (Deam II), no início da tarde de sábado (9/1). Ele esfaqueou Isabel dentro da casa onde os dois moravam. Um dos filhos da vítima, de 15 anos, presenciou o crime. Foi ele quem chamou a polícia. O suspeito fugiu logo após cometer o feminicídio.
Os investigadores receberam denúncia anônima apontando que Marcos estava escondido na casa de uma irmã, também em Ceilândia. Uma equipe da Deam, coordenada pelas delegadas plantonistas Isabela Meireles e Gisele Perlingero, se dirigiu ao local e efetuou a detenção.
Marcos não resistiu e teria confessado o crime. Segundo o suspeito, antes de cometer o assassinato, ele teria feito uso de bebida alcoólica e cocaína. À PCDF, acrescentou que tinha saído de casa, com uma mochila, após uma briga, e que não pretendia voltar, mas que Isabel o chamou de volta, para buscar o restante dos pertences.
De volta à residência, o casal brigou novamente, desta vez, por causa de R$ 300 que Marcos teria exigido da companheira, supostamente para pagar o aluguel do local onde ele moraria dali em diante. Em seguida, ele desferiu os golpes de faca contra a vítima.
Isabel foi morta com duas facadas, segundo o filho da vítima, que presenciou o crime. O acusado disse aos policiais que não se lembra, de fato, quantos golpes acertou na mulher.
Adriana Romana, delegada-chefe da Deam, disse que testemunhas confirmaram que o acusado estava alcoolizado e drogado no momento do crime. “Isabel disse que não tinha esse dinheiro e sairia de casa para arrumar o valor com os vizinhos. O autor a impediu de sair do imóvel e a matou”, explicou a investigadora.
Isabel trabalhava como auxiliar de serviços gerais em um shopping do DF e deixa três filhos. Esse é o primeiro caso de feminicídio registrado no DF em 2021.
Reincidente
Marcos tinha passagem na polícia por vários crimes, todos relacionados a violência doméstica contra Isabel. Eles relacionavam-se desde 2014, data da primeira ocorrência registrada pela vítima. No total, ela registrou oito denúncias de agressões e ameaças contra Marcos, cinco delas em 2019.
Marcos foi detido em agosto de 2019, justamente por força da Lei Maria da Penha, e ficou preso até abril do ano passado, quando o casal teria reatado o relacionamento.
Adriana Romana, delegada-chefe da Deam, disse que testemunhas confirmaram que o acusado estava alcoolizado e drogado no momento do crime. “Isabel disse que não tinha esse dinheiro e sairia de casa para arrumar o valor com os vizinhos. O autor a impediu de sair do imóvel e a matou”, explicou a investigadora.
Isabel trabalhava como auxiliar de serviços gerais em um shopping do DF e deixa três filhos. Esse é o primeiro caso de feminicídio registrado no DF em 2021.
Reincidente
Marcos tinha passagem na polícia por vários crimes, todos referentes a violência doméstica contra Isabel. O relacionamento dos dois teve início em 2014, data da primeira ocorrência registrada pela vítima. No total, ela registrou oito denúncias contra Marcos, relativas a agressões e ameaças – cinco delas em 2019.
Detido em agosto de 2019, justamente por força da Lei Maria da Penha, Marcos ficou preso até abril do ano passado, quando teria reatado o relacionamento com Isabel.