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Coronel que assumirá comando da PMDF enquadra policiais em discussão

Segundo Sheyla Sampaio, a PM em ação teria gritado: “Sai para lá, porra”. Oficial estava de folga e conduzia seu carro particular

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1 de 1 coronel-sheyla1 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Um vídeo exibindo em destaque a futura comandante da Polícia Militar do Distrito Federal viralizou nesta sexta-feira (16/11) em grupos de WhatsApp que reúnem, especialmente, integrantes das forças de segurança locais. A gravação está circulando agora, embora o episódio tenha ocorrido meses atrás.

A coronel Sheyla Sampaio foi filmada em quadra do Sudoeste enquanto discutia com militares de uma guarnição que se dirigia a ocorrência na qual o suspeito estava armado. No trecho que começa a 1’32” da gravação, a oficial reclamou, em tom de indignação, do tratamento dispensado pelos policiais à sua família enquanto estavam a caminho do atendimento.

Nervosa, ela usou as palavras “autoritária” e “abusiva” para definir a conduta dos PMs. E questionou, especialmente, a postura de uma policial mulher que teria batido na porta da própria viatura e xingado ao pedir passagem.

Segundo Sheyla, a PM em ação teria gritado: “Sai para lá, porra”. Sheyla estava de folga e, no momento, conduzia seu carro particular, na companhia da mãe e do filho.

 

Pede para sair
Durante a querela, o policial da guarnição rebateu Sheyla: “Ela pediu para a senhora sair”. No que Sheyla retrucou: “Não ‘pediu para a senhora sair’, não. A minha mãe ouviu e o meu filho ouviu. Como a senhorita falou? Fala da mesma maneira que a senhorita falou. Tenha dignidade”, insistiu a coronel à paisana.

Pressionada, a policial diz que não lembrava. Sheyla perguntou se ela estava com problema de memória. Um dos militares filmava a ação de dentro da viatura e chegou a se perguntar quem era “aquela mulher”. Também é possível ouvi-lo dizendo “não tem que falar nada”.

Como o trecho da gravação é curto, o vídeo não esclarece toda a dinâmica do ocorrido. Mas, segundo o Metrópoles apurou, ao se sentir desacatada com a abordagem que considerou truculenta, a coronel Sheyla interpelou os integrantes da viatura e, administrativamente, deu voz de prisão a eles.

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<b>Comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF): coronel Sheyla Soares Sampaio.</b> Integra os quadros da corporação há 27 anos. É formada em educação física e tem MBA em planejamento, orçamento e gestão pública pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Foi a primeira colocada no curso de formação de oficiais de 1994. De 2013 a 2016, chefiou o 1º Batalhão da PMDF. Depois, foi subeditora de Recrutamento e Seleção da corporação e diretora da Diretoria de Promoções, Avaliação e Desempenho. Atualmente, chefia o Comando do Policiamento Regional Sul II
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A coronel Sheyla Sampaio é a única mulher cotada para o cargo de comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF)

Reprodução/PMDF
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Comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF): coronel Sheyla Soares Sampaio. Integra os quadros da corporação há 27 anos. É formada em educação física e tem MBA em planejamento, orçamento e gestão pública pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Foi a primeira colocada no curso de formação de oficiais de 1994. De 2013 a 2016, chefiou o 1º Batalhão da PMDF. Depois, foi subeditora de Recrutamento e Seleção da corporação e diretora da Diretoria de Promoções, Avaliação e Desempenho. Atualmente, chefia o Comando do Policiamento Regional Sul II

Daniel Ferreira/Metrópoles

Um oficial que aparece em um segundo momento do entrevero perguntou se Sheyla sabia onde era o quartel. Nesse momento, ela sacou a identidade funcional e disse: “Não, eu só sou coronel da polícia, coronel Sheyla. Certamente eu sei, está bom?”.

O policial ainda questionou sobre o que havia acontecido. Sheyla respondeu que ele perguntasse à guarnição. “Você quer que eu te fale? Pergunte à sua guarnição. Eu estava conversando com a guarnição, e o que foi que você falou? ‘Pode ir, pode ir’, não é? Então, você já resolveu.”

O episódio, ocorrido há cerca de quatro meses, resultou na abertura de uma sindicância no Comando de Policiamento Regional Metropolitano (CPRM) para apurar os fatos. Os policiais tiveram de se apresentar ao quartel. Essa investigação foi remetida à Corregedoria-Geral da Polícia Militar, que avalia o caso. Os policiais podem sofrer punição administrativa por transgressão disciplinar, que seria uma advertência.

O comando da PM confirmou a existência da sindicância e disse que o evento está em apuração.
Ao Metrópoles, Sheyla afirmou, por WhatsApp, que o assunto realmente foi apurado em sindicância e o processo contém sua versão sobre o ocorrido.

Nova comandante
Em 7 de novembro, a coronel foi anunciada chefe do comando da PMDF a partir de janeiro, quando o novo governador tomará posse. Ela será a primeira mulher a ocupar o cargo. Sua indicação foi prontamente festejada nas redes sociais, um termômetro da aceitação do nome pela comunidade, que demonstrou aprovar a promoção de uma oficial ao posto máximo da corporação.

Sheyla, no entanto, enfrenta algumas resistências internas. Oficiais mais antigos que ela se sentiram desprestigiados com a escolha. Foi justamente nesse contexto que o vídeo protagonizado por ela ganhou repercussão nas redes sociais, gerando um grande burburinho entre os policiais.

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