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Coronavírus: pressão do Entorno pode acelerar colapso na saúde do DF

Autoridades sanitárias temem que eventual explosão de casos nos municípios vizinhos a Brasília sobrecarregue hospitais e Upas da capital

atualizado

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Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
Divisa DF-Entorno
1 de 1 Divisa DF-Entorno - Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

A falta de estrutura em unidades de saúde de outras regiões do Brasil tem feito pacientes infectados com coronavírus procurarem atendimento no Distrito Federal. Ao todo, 159 pessoas de 17 estados tiveram a doença diagnosticada em Brasília. A maioria vem de Goiás: 115. Por uma questão geográfica, os municípios do Entorno são os que despertam maior preocupação das autoridades sanitárias da capital do país.

O governador Ibaneis Rocha (MDB) estima um número muito maior. “No que diz respeito a doentes de outras localidades, esse foi um dos motivos do decreto cobrando a inclusão na regulação das UTIs [Unidades de Terapia Intensiva] da rede privada. Os relatos dão conta de pessoas com renda mais elevada vindo de fora e recorrendo aos serviços do DF”, explica.

O chefe do Executivo local ressalta não se tratar de uma queixa, mas entende que saber a quantidade de gente atendida com Covid-19 na cidade é fundamental para o pleno desenvolvimento de políticas públicas.

“Precisamos, pelo menos, ter conhecimento. Sabemos, por exemplo, que 80 pessoas infectadas no Entorno estão sendo tratadas na nossa rede hospitalar. Então, faz parte do nosso planejamento olhar para essa região”, pontua.

Colapso

O presidente do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF), Farid Buitrago Sáchez, segue ao raciocínio do governador. Ele avalia que medidas de enfrentamento à Covid-19 no DF não podem ser tomadas desconsiderando a curva epidemiológica nos 32 municípios que integram a chamada Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride).

“Por enquanto, não é preocupante. A rede tem sustentado, mas se outras pessoas começarem a vir para Brasília se tratar, há, sim, um risco de colapso. O ideal é que Goiás fosse dotado de unidades equipadas a fim de atender pacientes perto de suas casas”, ressalta.

Assista:

Nas últimas semanas, o DF sofreu forte incremento na quantidade de internações. Levantamento do Metrópoles mostrou que, no dia 28 de abril, 34 pessoas estavam em UTIs; em 5 de maio, foram contabilizadas 59.

Se o aumento se mantiver nesse ritmo, em 19 de maio os 172 leitos de UTI preparados para pacientes com a Covid-19 no DF estarão ocupados. O Hospital Regional da Asa Norte (Hran), na segunda-feira (04/05), chegou ao limite, com 100% das UTIs preenchidas. Outras 10 vagas foram abertas pelo GDF, totalizando 20 na unidade de referência para o tratamento da doença.

Ações do governo de Goiás

O Metrópoles entrou em contato com o governo de Goiás questionando quais medidas têm sido adotadas a fim de prover o Entorno de estrutura para atender pacientes contaminados com o novo coronavírus.

A Secretaria de Saúde do Estado informou se preparar para o enfrentamento da Covid-19 desde o final de janeiro, com a instituição, por meio de decreto estadual, do Comitê de Operações Estratégicas (COE), destinado a acompanhar e traçar um plano de contingência.

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Construção do hospital de campanha de Águas Lindas de Goiás, com 200 leitos
No Hospital Regional de Santa Maria, há 385 leitos ativos e 26 bloqueados
Covid-19: Caiado e Bolsonaro em visita ao hospital de campanha em Águas Lindas em abril de 2020
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Após todos os leitos de UTIs serem ocupados, o GDF anunciou a abertura de 10 novas vagas no Hran

Daniel Ferreira/Metrópoles
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Construção do hospital de campanha de Águas Lindas de Goiás, com 200 leitos

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Divulgação GDF
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No Hospital Regional de Santa Maria, há 385 leitos ativos e 26 bloqueados

Reprodução
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Covid-19: Caiado e Bolsonaro em visita ao hospital de campanha em Águas Lindas em abril de 2020

Foto: Júnior Guimarães/ Assessoria Caiado

 

Dos oitos hospitais de campanha em preparação na unidade da federação vizinha ao DF, três serão erguidos no Entorno. Um deles, em parceria com os ministérios da Saúde e da Infraestrutura, funcionará em Águas Lindas de Goiás e terá capacidade para 200 leitos.

A cidade goiana distante 40 km de Brasília, inclusive, registrou a primeira morte por Covid-19 no feriado do Dia do Trabalhador. A vítima era um homem de 63 anos que estava internado para procedimento cirúrgico devido a uma fratura.

As outras duas unidades de campanha funcionarão em Formosa e Luziânia.

Com o intuito de assegurar recursos financeiros para esses centros, o governador Ronaldo Caiado (DEM-GO) encaminhou projeto de lei à Assembléia Legislativa de Goiás pedindo crédito extraordinário de R$ 351 milhões. A destinação do dinheiro foi aprovada pela Casa.

Sobre a pressão do Entorno nos hospitais de Brasília, a Secretaria de Saúde do DF respondeu “que o SUS é universal e, por isso, não pode recusar pacientes”.

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