Coronavírus: no Hran, distritais não veem motivo para pânico
De acordo com parlamentares que estiveram na unidade de saúde, médicos e servidores confirmaram o bom trabalho feito no local
atualizado
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Deputados distritais membros da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) visitaram o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), na manhã desta quarta-feira (11/03). O objetivo era investigar denúncia de servidores da unidade de saúde.
O secretário de saúde do DF foi convocado pela CLDF para comparecer à Casa às 14h desta quarta-feira.
Os deputados receberam denúncias de, pelo menos, duas servidoras. Uma delas comentou que 35 pessoas tiveram contanto com a moradora do Lago Sul de 52 anos, diagnosticada com o novo coronavírus. Desses casos, nove foram descartados de suspeita da doença. Os outros estão em análise. Uma das pessoas que teve contato com a mulher foi ao show do Maroon Five, no DF, no início de março.
Os deputados não receberam máscaras para realizar a visita. A informação para os distritais era a de que só precisam da proteção as pessoas com sintomas do Covid-19. Compareceram Fábio Felix (PSol), Leandro Grass (Rede) e Martins Machado (Republicanos).
Presidente da CDH, Felix disse que a intenção da visita é reforçar que não há motivo para nenhum tipo de pânico. “Viemos com a nossa obrigação pública de fiscalizar o sistema de saúde pública do DF. Recebemos, de fato, algumas denúncias sobre a condução do protocolo em relação ao Covid-19 e viemos conhecer em loco”, lembrou o parlamentar.
“Estamos saindo mais satisfeitos do que quando entramos, ouvindo do próprio Hran o que está sendo encaminhando e de que não há falta de insumos”, concluiu. “A nossa vinda aqui tem esse caráter de fiscalizar se a gestão tem dado as condições para que o DF possa controlar essa epidemia”, acrescentou Fábio Felix.
O parlamentar afirmou que os servidores que estão fazendo um trabalho sério para que o Covid-19 seja controlado. “Sabemos que há uma condição precária no sistema de saúde do DF, que é estrutural”, disse Felix, enumerando problemas como falta de uma câmara de isolamento respiratório completo e de equipamentos de proteção individuais (EPIs). “Eles estão no limite”, confirmou.
Detalhes
Martins Machado, relatou que, durante a conversa com a direção do hospital, o planejamento da Saúde para tratar os casos de coronavírus foi detalhado.
“Nós ficamos satisfeitos com o que a gente ouviu e não há necessidade de informações negativas. Para se ter uma ideia, os médicos lá dentro nem estão usando máscaras. As máscaras são recomendadas apenas para pessoas assintomáticas e não há necessidade de se apavorar. A situação está sob controle.”
Segundo Leandro Grass, a comissão pôde perceber que há uma limitação da própria Secretaria de Saúde numa eventual epidemia. “Queremos que a população adote os cuidados necessários para que não tenhamos uma proliferação do coronavírus no DF”, apontou.
“Há uma limitação de leitos de UTI tanto no Hran como em outros hospitais e também outras situações que demandam esses leitos de UTIs. Nós vamos continuar acompanhando para saber se a Saúde vai cumprir os protocolos, prosseguir adorando medidas necessárias e realmente atendendo a população como tem que ser”, concluiu Grass.
Ainda segundo Fábio Felix, também é importante acompanhar o atendimento na rede privada. “A rede privada tem a obrigação de receber os pacientes e prestar o atendimento. A gente tem percebido que lá há uma espécie de negligência ou até uma negação ao atendimento. Eles não podem pegar a paciente colocar na ambulância e transferir para o hospital público. Eles têm toda a condição de prestar atendimento aos que contam com plano de saúde.”