Coronavírus: Arquidiocese de Brasília mantém missas e atividades
Se celebrações estiverem muito lotadas, pároco pode pedir a fiéis frequentarem outra ou ainda criar novos horários para evitar aglomerações
atualizado
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A Arquidiocese de Brasília decidiu, em reunião realizada nesta quinta-feira (12/03), a manter missas e atividades pastorais até segunda ordem. Na noite de quarta-feira (11/03), o governador Ibaneis Rocha (MDB) divulgou decreto em que restringe aglomerações para evitar a propagação do novo coronavírus. Entre as ações estão a suspensão de aulas em escolas públicas e particulares e de eventos que reúnam mais de 100 pessoas.
Na decisão da Igreja Católica no DF, há algumas observações. As celebrações estão mantidas, assim como o mutirão de confissões que ocorrem durante o período da Quaresma. Porém, se o pároco notar que alguma missa tende a ficar muito cheia, ele pode pedir aos fiéis para frequentarem outra missa. E, se for o caso, é possível criar outros horários para que as igrejas não fiquem muito cheias.
Confira carta de recomendações:
Carta orientações.pdf by Metropoles on Scribd
Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília — que está de saída para assumir a Arquidiocese de Salvador —, havia se reunido com os auxiliares há duas semanas para falar sobre o Covid-19. À época, a conclusão foi de que bastava padres e fiéis seguirem as orientações do Ministério da Saúde.
Em uma missa no dia 29 de fevereiro, na Paróquia Imaculado Coração de Maria, no Park Way, dom Marcony, bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília, reafirmou o pedido de cuidados em relação ao coronavírus aos católicos da cidade. Durante os avisos finais, ele afirmou que dom Sergio havia enviado carta aos padres com a preocupação.
Nas palavras do líder religioso, os párocos deveriam passar aos fiéis a necessidade de seguir os cuidados estabelecidos pelas autoridades de saúde. Nas palavras de dom Marcony, a conscientização deve ser feita sem criar temor ou medo na população. Entretanto, com o intuito de que os fiéis sigam orientações básicas de higiene, como lavar as mãos.
Durante as missas, por enquanto, “é aconselhável” que não se dê o abraço da paz. Do mesmo modo, a comunhão não deve ser oferecida diretamente à boca, mas na mão do fiel. O objetivo é diminuir o perigo de contato e a possível transmissão do novo coronavírus.
Segundo dom Marcony, se a situação piorar, a recomendação das medidas deixaria de ser aconselhável e passaria a ser obrigatória. O religioso afirmou que diretrizes do mesmo tipo estão sendo transmitidas em diversas dioceses pelo Brasil.
Cartazes
Na Catedral de Brasília, ponto turístico da capital que recebe toda semana cerca de 3 mil visitantes, cartazes chamam atenção para os cuidados que devem ser tomados durante e após as missas. Proteger o rosto ao espirrar ou tossir, preferir receber a comunhão na mão, lavar as mãos e usar álcool em gel são algumas das recomendações.
“A gente não quer suscitar no povo um medo ou desespero por causa da situação, mas sim fazer as pessoas lembrarem dos cuidados com a higiene. Agora, rezar de mãos dadas não é mais algo que a gente estimula, por exemplo”, explicou João Firmino, pároco da Catedral.
O Ministério da Saúde dá diretrizes de cuidados básicos para reduzir o perigo de contrair ou transmitir doenças respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Veja as principais:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os cinco momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Evitar contato próximo com pessoas doentes.
- Ficar em casa quando estiver doente.
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.