Contra recomendação técnica, adolescente toma AstraZeneca no DF
Única marca de vacina autorizada para pessoas com menos de 18 anos é a Pfizer. Mãe de jovem quer acompanhamento de saúde
atualizado
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Um adolescente de 15 anos recebeu uma dose da vacina AstraZeneca, contra a Covid-19, por volta das 22h dessa quarta-feira (25/8), na UBS 7 de Ceilândia. O jovem não poderia ter recebido dose desta marca já que a única com autorização permitida para adolescentes é a Pfizer, segundo o próprio Governo do Distrito Federal (GDF).
Em entrevista coletiva na última segunda-feira (23/7), ao citar o esquema de vacinação para adolescentes, o secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, reafirmou que, por enquanto, as doses da Pfizer são reservadas aos adolescentes no DF, por isso os pontos exclusivos de vacinação.
“Esses pontos de vacinação que estarão no site da Secretaria de Saúde não estão disponíveis para maiores de 18 anos, apenas para adolescentes de 17 anos. Por que está sendo feito isso? É o cuidado que se tem, principalmente para evitar a escolha do imunizante”, apontou Rocha.
Segundo ele, se o ponto de vacinação para 17 anos fosse aberto com os demais haveria procura específica pela vacina da Pfizer. “E isso poderia levar a uma falta para os adolescentes, já que é a única fórmula autorizada para essa faixa etária. Então, por isso, serão 30 pontos direcionados para a aplicação dessa vacina para 17 anos”, disse.
A mãe do adolescente, a servidora pública Jadiane Pereira, está revoltada e afirma que não consegue abrir uma reclamação na Ouvidoria do GDF. “O que está acontecendo? Estão fazendo os adolescentes de cobaia? Eles deviam avisar que estão aplicando uma dose que não é autorizada, as pessoas têm o direito de decidir”, protestou.
Ela explica que o adolescente tomou uma dose remanescente, popularmente chamadas de “xepa”. “Meu marido foi com ele ontem para tentar a Xepa, a profissional [de saúde] só avisou que era AstraZeneca depois que ele tomou”, conta a mãe. “Liguei na Ouvidoria e fiquei esperando por mais de 10 minutos duas vezes, mas ninguém me atendeu”, conta.
Jadiane espera que a Secretaria de Saúde faça um acompanhamento de seu filho, para ver o surgimento de efeitos adversos. “Até agora ele só sentiu dor no braço, como é normal, ele está bem, não teve outra reação”, informou. A servidora acredita que outros adolescentes que foram à UBS 7 de Ceilândia nessa quarta-feira também tomaram uma dose da marca não recomendada.
O Metrópoles questionou a Secretaria de Saúde sobre a aplicação da dose de AstraZeneca no adolescente e em outros jovens que procuraram a UBS 7 de Ceilândia nessa quarta-feira, mas até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestações.