Contra o Future-se, servidores ocupam reitoria do IFB
Funcionários do Instituto Federal de Brasília cobram posicionamento da direção da entidade sobre o programa do MEC
atualizado
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Cerca de 70 servidores do Instituto Federal de Brasília (IFB) ocuparam, nesta quinta-feira (03/10/2029), a reitoria do Instituto Federal de Brasília (IFB), no Setor de Autarquias Sul (SAS). Contrários ao Future-se, programa do Ministério da Educação (MEC), os manifestantes pedem que o comando da instituição se posicione sobre o projeto.
“Nós estamos com problema gravíssimo de financiamento. Com o contingenciamento feito pelo governo federal, nossa verba de custeio foi afetada. Estamos sem motorista, copeira, o quadro de limpeza foi reduzido. Tem unidade que tem apenas um segurança”, disse o o professor-mestre em Filosofia Rafael Sousa Siqueira e diretor do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).
Os manifestantes e a reitoria não conseguiram se reunir pela manhã por falta de disponibilidade de horário. Durante esta tarde, no entanto, os dois grupos se encontraram para discutir a situação.
O IFB tem 10 unidades no Distrito Federal. A instituição tem sofrido com sucessivos cortes de verba. Em maio deste ano, por exemplo, após identificar bloqueio de R$ 10,8 milhões na verba, o Instituto Federal de Brasília suspendeu novos editais de pesquisa aplicada que contribuiriam com desenvolvimento da economia local, bolsas de iniciação científica para o segundo semestre e a participação dos alunos em visitas técnicas e eventos. O valor do contingenciamento corresponde a 36,5% do orçamento previsto para 2019.
Aperto
Segundo a instituição, na Lei Orçamentária Anual (LOA) previu R$ 29,6 milhões para custeio, dos quais R$ 8,8 milhões foram executados entre janeiro e abril de 2019, com serviços básicos para manutenção, a exemplo de energia, água, internet e segurança.
A Universidade de Brasília (UnB) também sofre com o contingenciamento de recursos. Até abril deste ano, o bloqueio feito pelo Ministério da Educação somou R$ 38,5 milhões, segundo identificado pela instituição no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi). No entanto, sem nenhum aviso, o contingenciamento aumentou para R$ 48,5 milhões, em maio.
Esta semana, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou o desbloqueio de R$ 21 milhões para UnB. No total, a pasta descontingenciou R$ 1,1 bilhão para as universidades públicas federais. “Usem com sabedoria”, brincou o ministro, na ocasião. A Universidade de Brasília informou que a medida ameniza, mas não resolve o problema financeiro da instituição.