Contra Covid-19, Arquidiocese recomenda adiar batismos e casamentos
Administrador diocesano pede que sacerdotes da Igreja Católica do DF sejam “generosos” com fiéis, mas obedeçam medidas contra a doença
atualizado
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Em uma carta aos sacerdotes do Distrito Federal, o administrador apostólico da Arquidiocese de Brasília, dom José Aparecido, orientou como devem ser as celebrações dos sacramentos na capital do país. Como as atividades religiosas passaram a ser consideradas essenciais, o líder católico resolveu deixar claras as limitações que devem ser respeitadas por párocos e fiéis.
Dom José Aparecido pede que os sacerdotes reconheçam a realidade de cada paróquia e sejam “generosos” com os frequentadores. De modo geral, todas as medidas tomadas para evitar o contágio do novo coronavírus são mantidas. Mas há recomendações de que, se for possível, alguns sacramentos, como batismo, matrimônio e crisma, sejam adiados.
“Os fiéis têm o direito a que os ministros sagrados não lhes neguem os sacramentos desde que: 1. O peçam de modo razoável; 2. Estejam devidamente preparados (rite dispositi), e 3. Não estejam impedidos pelo direito da Igreja ou pelas normas civis que o direito da Igreja faz próprias”, detalha o bispo.
Confira a carta:
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As medidas adotadas anteriormente continuarão a ser seguidas para a celebração da Eucaristia: o local precisa ter capacidade para mais de 200 pessoas; produtos para higienização de mãos e calçados devem ser disponibilizados; afastamento de 1,5 m entre as pessoas, com demarcação de espaço; proibição de acesso ao estabelecimento de idosos com idade superior a 60 anos, crianças com idade inferior a 12 anos e pessoas do grupo de risco; uso obrigatório de máscara e medição de temperatura; entre outras.
Dom José Aparecido, porém, chama a atenção para o fechamento dos templos em Ceilândia e outras regiões onde o GDF definiu restrições. E também pede que não seja adotada a realização de missas com as pessoas dentro de veículos.
O bispo recomenda também que os sacramentos do batismo e do matrimônio sejam adiados. Mas também que os sacerdotes não os neguem aos fiéis, desde que tomadas todas as precauções. Os envolvidos também estão dispensados dos cursos preparatórios para evitar aglomerações, entretanto, todos terão que conversar diretamente com os párocos.
As celebrações de crisma seguem suspensas. Porém, no caso desse sacramento e do batismo, o perigo de morte pode abrir exceções. Um sacerdote pode crismar uma pessoa, com a autorização de dom José ou dom Marcony. E os próprios pais podem batizar os filhos: se a situação de perigo passar, é preciso procurar um sacerdote e falar do caso.
Unção dos enfermos
O sacramento da unção dos enfermos deve ser feito por sacerdotes que não se encontram no grupo de risco. E se a pessoa doente estiver com a Covid-19, eles devem seguir as indicações das autoridades sanitárias para fazer a visita com segurança.
No caso de funerais, a recomendação é a de que a Igreja Católica não deixe os fiéis sem “o consolo da oração”. No entanto, o pedido é para que o processo seja feito de maneira breve.
Dom José Aparecido reitera o alerta de que os cuidados para evitar o contágio do coronavírus devem ser observados o tempo todo. “A nossa responsabilidade pastoral, além da indispensável atenção espiritual, inclui o cuidado com a saúde daquela porção da igreja de Cristo que nos foi confiada. Abandonada a mentalidade clerical e as polêmicas ideológicas, todos os sacerdote estejamos bem atentos às indicações das autoridades sanitárias”, escreve.