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Conta milionária de água do Mané pode ser paga por consórcio

Controladoria-Geral do DF decide abrir processo e tomada de contas especial para cobrar danos que teriam sido provocados por erro em obra

atualizado

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mané garrincha
1 de 1 mané garrincha - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

Oito meses depois de vir à tona a conta de água milionária do Estádio Mané Garrincha referente ao mês de junho de 2017, a Controladoria-Geral do Distrito Federal julgou sindicância aberta para analisar o motivo de a fatura ter ultrapassado R$ 2 milhões em um só mês. O órgão vai abrir processo administrativo e fazer uma tomada de contas especial para que os danos possam ser ressarcidos ao erário público.

De acordo com o resultado do julgamento publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) nesta sexta-feira (23/3), a Controladoria vê “fortes indícios” de que o Consórcio Brasília 2014, formado pelas empresas Andrade Gutierrez e a Via Engenharia, “deixou de fazer os ajustes necessários às normas de sistema de aproveitamento da água permitidas pela Companhia de Saneamento do DF (Caesb)”.

A Controladoria aponta ainda que uma conexão cruzada instalada em desacordo com o projeto básico teria, em tese, contribuído para o dano. O prejuízo, até agora, está na conta do contribuinte. Depois de negociar com a Caesb, o governo teve de arcar com uma fatura de R$ 1,1 milhão, que deverá ser paga em parcelas de R$ 188 mil. Acionado, o consórcio ainda não se pronunciou até a última atualização desta reportagem.

Reprodução

 

Como mostrou o Metrópoles com exclusividade no dia 18 de julho, a conta de água e esgoto do estádio, com vencimento no último dia 20 de junho, atingiu o valor milionário impressionante, suficiente para pagar a fatura por quase cinco anos. Até então, a média não ultrapassava R$ 37 mil. O que chamou a atenção é que o último jogo no Mané foi em 6 de maio.

Os 94.295m³ (ou 94,2 milhões de litros de água) gastos pelo Estádio Mané Garrincha no mês de junho bastavam para abastecer cerca de 20 mil pessoas durante um mês. A quantidade garantiria água nas torneiras por 35 dias para moradores de uma cidade do porte da Candangolândia, que tem 16.848 habitantes, de acordo com a última Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio (PDAD), da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).

Para se ter ideia, um morador do DF usa, em média, 4.590 litros a cada mês. Somente essa fatura cobrada pela Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) supera em três vezes o gasto mensal de manutenção do estádio: R$ 700 mil.

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