Conselho quer afastar vigilante e PM suspeitos de agredir idoso
Também será cobrado da direção do Hospital Regional do Paranoá tratamento ao homem e à esposa dele, que faz acompanhamento psiquiátrico
atualizado
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Em reunião extraordinária na tarde desta terça-feira (20/12), o Conselho Regional de Saúde do Paranoá encaminhou uma recomendação para que o vigilante e o policial militar acusados de agredir um idoso sejam afastados de suas funções. O caso ocorreu no Hospital Regional do Paranoá, na última sexta-feira (16). Segundo Joel Pereira de Sousa, 63 anos, ele foi espancado ao tentar desamarrar a esposa, que estava imobilizada por sofrer distúrbios psiquiátricos.
“Nós estamos preparando toda a documentação e vamos encaminhar o pedido à direção do hospital, à corregedoria da PM e ao Ministério Público. Queremos o afastamento desses profissionais até que as investigações sejam concluídas”, contou ao Metrópoles João Gomes Pereira, presidente do conselho.
Na reunião, também ficou definido que será solicitado à direção do Hospital Regional do Paranoá que forneça todo o tratamento médico necessário ao idoso e à esposa dele, Tita Pereira de Jesus, 50. A mulher faz acompanhamento psiquiátrico na unidade de saúde.A agressão
Joel diz que, por volta das 6h30 da última sexta-feira (16), foi ao hospital para visitar a esposa, internada para tratamento psiquiátrico. Ao ver a mulher amarrada e tentar ajudá-la, foi levado ao banheiro e sofreu agressões por cerca de 15 minutos.
“Eles me levaram para o banheiro. O vigilante me trancou com o policial, que jogou spray de pimenta nos meus olhos, me deu socos e chutes. Estou machucado por dentro e por fora. Sinto muita dor. Na hora, fiquei tonto e não tive reação”, conta Joel Pereira. Ele acrescenta que, depois das agressões, foi carregado para fora do hospital.
Versão da PM
A Polícia Militar diz que Joel Pereira teria entrado no local portando uma faca e bastante nervoso, e que por esse motivo foi utilizado o gás de pimenta e ele precisou ser imobilizado. Segundo a corporação, foi feito uso progressivo da força para conter o idoso, que depois foi retirado do hospital.
A PM acrescenta que o policial e três vigilantes, não um, teriam precisado usar força física para desarmar o homem. De acordo com o militar envolvido no caso, Joel foi conduzido ao banheiro apenas para que pudesse lavar os olhos, e as portas ficaram abertas durante o procedimento.
O caso está sendo apurado pela PM para saber se houve excesso por parte do policial.