Conselheiro tutelar é acusado de assédio: “Desperta instintos mais sacanas”
Caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal, por intermédio da 29ª Delegacia de Polícia (Riacho Fundo)
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga uma acusação de assédio sexual ofertada contra o conselheiro tutelar do Riacho Fundo I e presidente da Associação de Conselheiros Tutelares do DF, Néliton Portuguez de Assunção. O caso está sob responsabilidade da 29ª Delegacia de Polícia (Riacho Fundo).
Consta em boletim de ocorrência, obtido pelo Metrópoles, que a vítima é uma mulher de 25 anos e que o caso teria ocorrido em maio de 2019. O registro do suposto crime, contudo, só fora feito este ano.
Segundo o relato da denunciante, o primeiro contato dela com Néliton teria ocorrido próximo à data do crime. Na ocasião, a suposta vítima procurou o conselheiro porque seu filho precisava de acompanhamento psicológico.
Em um dos atendimentos, conforme depoimento, o conselheiro teria dito para a mulher: “Você desperta os meus instintos mais sacanas”.
Ainda de acordo com o relato, que consta em boletim policial, o suspeito teria continuado com os assédios. “Se você trepar o tanto que é bonita, você é a mulher perfeita”.
Conforme a denunciante, Néliton teria solicitado que ela desfilasse para ele dentro das dependências do Conselho Tutelar. A jovem afirmou, também, que o conselheiro disse para ela: “Todos querem te comer”.
De acordo com o advogado da vítima, Raphael Vieira Mendes da Silva, a ocorrência foi, inicialmente, registrada na 29ª DP como perturbação da tranquilidade.
Por isso, o defensor acionou o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) pedindo que fosse feita uma retificação no boletim, para assédio sexual.
“O MPDFT se manifestou a favor da retificação. No entanto, no Judiciário, ainda consta como perturbação. Estamos entrando em contato com o Ministério Público para que a delegacia faça a remessa da ocorrência, como assédio sexual”, pontuou o advogado.
Outro lado
Ao Metrópoles, Neliton negou as acusações e, por meio de nota enviada no dia seguinte à publicação da matéria, disse que “as supostas evidências apresentadas pela pessoa que deflagrou todo procedimento, uma jovem em seus 25 anos, resumem-se às suas exclusivas e particulares declarações”.
Ainda segundo o conselheiro, as “declarações além de destituídas das devidas provas resultam, em verdade, de uma insatisfação pessoal dessa senhorita com o excelente trabalho prestado e desenvolvido” por ele.
Por fim, a nota ressalta que “as supostas investigações reduzem-se aos depoimentos dessa moça e do sr. Néliton na 29ª Delegacia de Polícia. Não há sequer uma testemunha ou ao menos uma outra espécie de prova que sustentem quaisquer alegações”. Neliton diz que “utilizará de todos os meios lícitos e legais para provar não apenas sua inocência, mas assegurar a responsabilização civil, penal e profissional de todos os envolvidos em prejudicá-lo com mentiras ou sensacionalismos de ocasião”.