Conheça a história do 300º paciente de transplante cardíaco do ICDF
Paciente de 44 anos recebeu órgão vindo do Rio de Janeiro, em operação de guerra que começou ainda na madrugada de sábado (29/5)
atualizado
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Eric Humberto de Moraes, de 44 anos, começou sua via crucis por um transplante cardíaco em 17 de julho de 2018. Desde então, houve nove tentativas para que a cirurgia fosse feita. E, no meio da pandemia de Covid-19, o morador da capital da República conseguiu.
E com direito a fazer parte da história desse tipo de intervenção na cidade: ele é o 300º paciente – 38 deles em crianças – a receber um coração no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), em 14 anos de história.
Natural de Uberlândia e com miocardiopatia isquêmica, Eric viu uma verdadeira operação de guerra ser montada para que ele tivesse uma nova esperança. Tudo começou ainda na madrugada de sábado (29/5), quando a equipe do hospital recebeu a notícia de que poderia haver um órgão compatível no Rio de Janeiro.
Ligações, mensagens e comunicados tiveram início. Afinal, uma ação assim precisa do apoio de instituições como a Força Aérea Brasileira, as forças de segurança do DF e Samu, entre outras, para que, em cinco horas, o coração saia do doador e chegue ao corpo do transplantado.
E assim foi até que, às 16h15 deste sábado, o coração chegou ao ICDF, depois de viajar em um avião da FAB e um helicóptero dos bombeiros. O procedimento cirúrgico, no entanto, começou bem antes. Por volta das 14h, o paciente já estava na sala cirúrgica. A previsão é de que o transplante seja concluído na noite deste sábado (29/05).
Histórico
O ICDF é o único hospital da rede pública credenciado para o transplante cardíaco na região Centro-Oeste. História que começou em 2007, com a cirurgia feita em um homem de 47 anos. Em 2009, veio a primeira operação do tipo em uma criança de 1 ano de idade.
Com a primeira captação a distância, o número de transplantes aumentou. Isso aconteceu em 2011, e o coração veio do vizinho Goiás. Hoje, o tempo de espera para encontrar um órgão compatível e realizar o procedimento é de 102 dias.
As conquistas continuaram. Em 2016, por exemplo, o Instituto de Cardiologia fez o primeiro implante de coração artificial em um homem de 29 anos. Desde então, seis desses equipamentos salvaram a vida de pessoas.