Confuso com a Zona Verde? Veja como será cobrança nos estacionamentos do DF
Proposta que ainda é debatida por diversos setores da sociedade visa reduzir a quantidade de carros no centro da capital do país
atualizado
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A Zona Verde voltou a ser tema de intensos debates. Basicamente, o projeto visa a cobrança em estacionamentos rotativos de quadras residenciais, mistas e comerciais do Plano Piloto e do Sudoeste. Também são abarcados pela medida os arredores de estações do Metrô-DF e do BRT. Pela grande quantidade de áreas, a proposta ainda desperta dúvidas. Por isso, o Metrópoles preparou uma arte por cores que pode ser conferida mais abaixo.
A Secretaria de Transporte e Mobilidade vai apresentar o projeto para o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) nesta quarta-feira (5/8). No dia seguinte, a pasta discutirá com deputados distritais na Câmara Legislativa (CLDF).
O projeto cria quatro bolsões de estacionamentos rotativos e pagos. Eles foram batizados de Ipê Branco, Ipê Amarelo, Ipê Roxo e Ipê Rosa. Cada um deles tem valores e horários distintos.
Veja na explicação abaixo:
Do ponto de vista do Governo do DF (GDF), a intenção é fortalecer o transporte público e reduzir o número de carros e motos no trânsito da capital federal.
Críticas e zebrinhas
Na leitura do presidente do Conselho Comunitário da Asa Norte, Sérgio Bueno, a proposta do Palácio do Buriti é absurda e equivocada. Segundo o líder comunitário, a pesquisa para a elaboração do projeto não foi feita nas áreas de moradias, mas no centro do Plano Piloto.
“No plano urbanístico de Brasília, as vagas públicas das quadras foram planejadas para atender aos moradores. Vários blocos não construíram estacionamentos privados”, argumentou.
Para Bueno, o GDF deveria reforçar o transporte público antes de implementar a Zona Verde. “Defendemos a volta dos zebrinhas e ônibus elétricos. Na verdade, o DF precisa de uma agência para estabelecer o transporte intermodal de transporte coletivo”, comentou.
Metrô da Asa Norte
Na avaliação do coordenador do Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes (Ceftru) da Universidade de Brasília (UnB), Pastor Willy Gonzales Taco, o projeto do governo tem potencial positivo, mas peca pela falta de detalhes claros. “Quais são as contrapartidas para os moradores das áreas residências?”, questionou.
Segundo o especialista, a ideia poderia ser usada para a conclusão da expansão do Metrô até o final da Asa Norte, a conclusão do terminal de ônibus da Asa Norte, a volta dos zebrinhas ou reforçar o transporte público durante a pandemia da Covid-19.
“E quem vai fazer o gerenciamento? A fiscalização? Se não esse recurso vai desaparecer. Vai para outras esferas”, alertou. Por fim, para o especialista, a verba pode financiar pesquisas de mobilidade nas universidades do Plano Piloto, públicas e privadas.