Confusão e protesto contra Temer marcaram o 7 de setembro na Esplanada
Manifestação estava tranquila até por volta das 12h30. Informações preliminares mostram que o tumulto ocorreu na concentração em frente ao Itamaraty, envolvendo jornalista
atualizado
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Cerca de 2.700 manifestantes, segundo a Polícia Militar, participaram do ato contra o governo de Michel Temer na Esplanada dos Ministérios nesta quarta-feira (7/9), do lado oposto ao desfile que marca o Dia da Independência. Até por volta das 12h30, o protesto transcorria normalmente e as pessoas já começavam a dispersar. Porém, uma confusão ocorreu e pelo menos duas pessoas foram detidas. A polícia usou spray de pimenta para conter os ânimos.
Segundo informações da PM, um cinegrafia do UOL teria sido agredido por manifestantes e encaminhado para o hospital. Já o agressor foi levado para a 5ª Delegacia de Polícia (área central). Ele acusava os repórteres de contribuírem com o que chamou de “golpe”.
O agressor teria permanecido no local por alguns momentos e manifestantes próximos começaram a pedir a soltura dele. A confusão só terminou quando o homem foi colocado no camburão e levado à delegacia. No fim da tarde, ele assinou um termo de comparecimento à Justiça e foi liberado.
De acordo com a assessoria da Polícia Militar, as primeira informações dão conta de que pelo menos duas pessoas foram presas durante as manifestações contra o governo de Michel Temer. Ao fim do ato, foram calculadas 2.700 pessoas, segundo os dados oficiais e 6 mil para os organizadores. Já no desfile cívico, foram apontadas 30 mil pessoas.
Mais cedo
A concentração ocorre no Museu Nacional, e os participantes fizeram cartazes e começaram a gritar palavras de ordem por volta das 9h. A expectativa da organização é de que 5 mil pessoas participassem do ato. Após o desfile, os manifestantes seguiram em caminhada até o Congresso Nacional.
“É o início de um movimento que está apenas começando. Queremos constrangê-lo e conseguimos. Com medo de vaias, ele (Temer) desfilou em carro fechado. Aqui existem movimentos de esquerda que foram contrários a Dilma, mas que estão unidos contra esse governo, que quer tirar direitos da população”, afirmou Ademar Lourenço, um dos organizadores do protesto, que reúne sem-terra, movimentos LGBT, estudantes e partidos políticos de oposição.
A movimentação era tranquila no início da manhã. Um grupo estendia quatro faixas com os dizeres: “Fora Temer, eleições já”, deixando-as visíveis para quem descia o Eixo Monumental em direção ao Congresso Nacional. Mais tarde, outros movimentos também estenderam suas faixas de protesto. Ao todo, mais de 90 entidades se posicionam contra o governo Temer e questionam a legitimidade da tomada de poder, que classificam como golpe.“O ato faz parte de uma série de ações contra o governo. Não concordamos com as propostas para diversas áreas, como educação, comunicação”, diz Breno Lobo, integrante do movimento Juntos – Juventude em Luta.
Militantes do PT estenderam uma faixa verde e amarela de 150 metros já usada no 7 de Setembro do ano passado. O “Não vai ter golpe” de 2015 virou “Fora Temer”, escrito em vermelho. O protesto foi convocado pelas redes sociais, recebeu mais de 4 mil confirmações e 4,6 mil manifestaram interesse no ato pelo Facebook, em Brasília. Ações semelhantes foram convocadas em outras cidades do país. A manifestação “Fora Temer”, une-se, este ano, ao Grito dos Excluídos, protesto tradicional de 7 de Setembro, que reúne movimentos sociais em busca de visibilidade e melhores condições de vida.
“Neste ano, o nosso lema é ‘Fora Temer, nenhum direito a menos’. Vamos deixar claro que não sairemos das ruas”, diz Wilma dos Reis, uma das organizadoras do ato. Em frente a um cartaz do coletivo #Mulherespelademocracia, ela diz que os direitos das mulheres estão ameaçados por diversas medidas do atual governo. “É um governo de homens, héteros e brancos, onde a mulher é vista apenas como decorativa nos altos cargos.”
Uma equipe de filmagem do PT na Câmara está acompanhando a manifestação e coletando depoimento das pessoas pedindo a cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-SP). Segundo o jornalista Rogério Tomaz, a ideia é estimular o engajamento da militância. “Não podemos deixar prevalecer a operação para salvar o mandato de Cunha.” (Com informações da Agência Brasil e da Agência Estado)