Concurseiros denunciam desorganização e cola em prova para enfermeiro
Segundo candidatas que participaram da etapa objetiva do certame, houve superlotação, uso de celulares e diferença de horários entre salas
atualizado
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Os candidatos que fizeram a prova objetiva para preencher vagas de enfermeiro em concurso público da Secretaria de Saúde denunciaram desorganização, cola e superlotação de salas. A etapa objetiva do certame aconteceu nesse domingo (26/6).
O local de prova alvo da maior parte das reclamações é o Centro Universitário Estácio, em Taguatinga Sul. Três candidatas ouvidas pelo Metrópoles, que prestaram concurso no local, relataram problemas na organização e pediram para não serem identificadas.
“Minha sala não tinha distanciamento entre as filas, menos de 1 metro entre as carteiras e estava superlotada. Tinha sala com mais de 80 pessoas, sendo que cabia 40; parecia que a prova era em dupla”, falou uma candidata, que tem 31 anos.
Outro problema, segundo essa concurseira, é que quando a prova começou na sala em que ela estava alocada, ainda havia pessoas que não tinham entrado na sala ao lado e nos andares de cima. “Depois de entregarem as provas e gabaritos, pediram pra todo mundo parar, mas muita gente continuou fazendo a prova”, narrou a mulher.
“O concurso segue seu curso normal”, diz secretária de Saúde do DF
Se o horário de início da prova não foi respeitado, também não teria sido o de finalização. Segundo a candidata, os exames deveriam ter sido recolhidos às 18h, mas até as 21h ainda tinha candidatos nas salas. “Eu mesma fiquei até 18h40”, confidenciou.
“Sou formada há uns sete anos e, desde então, sempre estudo para passar como enfermeira. Esse, agora, me matei de estudar por três meses e ainda tenho um bebê. Me sinto extremamente desrespeitada”, lamentou a enfermeira.
Vídeo mostra desorganização
“Está sendo geral o comentário da desorganização do dia da prova. Estou com um vídeo que mostra a candidata filmando da fila fora da sala e os fiscais dando prova e gabarito. Tinha gente muito perto uma da outra, pessoas colando, indo ao banheiro mais de cinco vezes no meio da prova, celular tocando”, descreveu outra candidata, que tem 50 anos.
A mulher compartilha do sentimento de desrespeito descrito pela concorrente e conta ter se preparado para o concurso por um ano. “Venho me preparando há muito tempo para essa prova e chegou o dia a gente teve essa decepção. Via gente próximo da gente, colando mesmo”, desabafou.
Veja o vídeo que mostra as pessoas fora da sala enquanto outros candidatos fazem a prova:
A terceira concorrente, de 34 anos, explica que os concurseiros estão se organizando em grupos de WhatsApp. Os candidatos ainda não sabem o que pode ser feito em relação aos relatos que prejudicam o concurso público.
“A gente está divulgando pra ver o que dá pra fazer”, pondera. Ela conta que o deputado distrital Jorge Vianna (PSD) está mobilizando os candidatos. Em áudio repassado em grupos de enfermeiros, o parlamentar conta que vai questionar a banca organizadora nesta terça-feira (28/6).
“Estive ontem fazendo a prova, inclusive, justamente pra ver toda essa situação, porque sempre teve problema em prova da Secretaria de Saúde e não foi diferente dessa vez”, contou Vianna. O deputado afirma que, caso se constate “danos insanáveis”, será pedida a anulação do certame.
A reportagem pediu posicionamento da Secretaria de Saúde e da banca organizadora do concurso, o Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC). A pasta afirmou que as demandas deveriam ser enviadas à organizadora. Já o IBFC ainda não respondeu aos questionamentos. O espaço segue aberto para manifestações futuras.
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