Companheiro de mulher que pediu socorro por bilhete nega cárcere
Em depoimento, ele afirmou que suposta vítima sofre de esquizofrenia. Homem também disse que não fez ameaças nem agrediu a mulher
atualizado
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O homem acusado de ameaçar a companheira e mantê-la em cárcere privado em um apartamento da 316 Norte, em Brasília, negou as agressões em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Ele foi levado à delegacia após a mulher pedir socorro à Polícia Militar do DF (PMDF) usando um bilhete por debaixo da porta.
A mensagem dizia: “Estou trancada! Aqui está cheio de arma! Hoje já houve agressão! Ele tem problemas psiquiátricos também!”. Segundo a companheira, o homem mantinha armas em casa e as usava para ameaçá-la e impedi-la de sair do imóvel.
O homem declarou que, apesar de acusado de ter problemas psiquiátricos, é a mulher quem sofre de esquizofrenia. O quadro teria piorado desde que o filho dela se mudou para a Bahia, com o pai, que tem a guarda da criança. Também afirmou que a mulher se recusa a tomar remédios para controlar o quadro de saúde porque acha que assim ficará “boa” para recuperar a guarda do garoto.
No dia anterior ao pedido de socorro, ela teria sido atendida no Hospital de Base do Distrito Federal, após um surto. Na versão do homem, a companheira foi encaminhada ao Hospital São Vicente de Paulo, mas no meio do caminho se recusou a ir à unidade de saúde.
Sobre as acusações de cárcere privado, alegou que escondeu as chaves da casa por medo de que a mulher fosse embora levando-as do apartamento consigo. Em relação às armas de airsoft e simulacros, afirmou que tem nota fiscal e que as guarda em casa, mas não as usou para ameaçar a companheira.
Armas encontradas no apartamento
O caso
Na terça-feira (29/6), o Centro de Operações Policiais Militares (Copom) da PMDF recebeu um pedido de socorro. Ao chegar à casa, ninguém atendeu aos chamados da equipe na porta. Após algumas tentativas de contato, um bilhete foi colocado por baixo da porta com a seguinte mensagem: “Estou trancada! Aqui está cheio de arma! Hoje já houve agressão! Ele tem problemas psiquiátricos também!”.
Em seguida, os policiais desencadearam a Operação Gerente. Um agente especialista em negociação e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram acionados, no intuito de libertar a vítima. As equipes do 3º Batalhão continuaram tentando estabelecer contato, até que um homem apareceu na porta.
De acordo com a PMDF, ele insistiu que estava tudo bem, mas não queria que os policiais vissem a mulher, alegando que ela estava deitada. Diante da situação, os policiais entraram na casa e depois conduziram o homem à delegacia.
A mulher estava no sofá e indicou onde o homem mantinha várias armas – que, segundo ela, eram usadas para ameaçá-la, caso tentasse sair ou entrar em contato com alguém. Os objetos apreendidos eram simulacros de armas de fogo e airsoft.
Após as oitivas, a PCDF entendeu que não houve elementos para se decretar a prisão em flagrante e liberou o homem.