Comerciantes reclamam de decisão sobre lockdown no DF: “Desespero”
A Justiça determinou, nesta quinta-feira (8/4), a volta das restrições ao DF. Fecomércio cita quase mil lojas fechadas em um ano de pandemia
atualizado
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Assim que a Justiça determinou a volta do lockdown no Distrito Federal, entidades que representam o comércio local manifestaram preocupação com o aumento do desemprego no DF. O governador Ibaneis Rocha (MDB) vai recorrer da decisão.
De acordo com José Aparecido Freire, presidente da Fecomércio-DF, cerca de 900 pontos comerciais no DF fecharam em um ano de pandemia. Para ele, “o comércio não aguentará” outro fechamento. “O setor produtivo fica travado, não sabe se faz investimento, se não faz. Mas o governo do DF disse que vai recorrer e é o que esperamos”, diz.
Na visão de Sebastião Abrita, vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista-DF), mais um período de lockdown seria prejudicial para o ramo.
“Para o empresário varejista, vai ser um desespero e uma quebradeira geral. Tínhamos pedido de mercadoria e a volta de funcionários. Muitos estavam se preparando comercialmente para o Dia das Mães. Esse abre e fecha complica. Além disso, há a insegurança jurídica. O varejista fica sem saber o momento de investir ou de tirar o pé. Acaba com a autoestima do empresário”, comenta Abrita.
Wagner Silveira Jr., presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do DF (CDL-DF), espera que o GDF recorra. “Tem de fazer isso imediatamente, porque a situação do empresário está calamitosa”, reclama.
No entendimento do presidente da CDL, com a queda do índice de transmissibilidade da Covid-19 no Distrito Federal, que está em 0,86, não há necessidade de outro lockdown para conter o avanço da pandemia. “Nós ficamos um mês parados e, com isso, abaixou o índice de transmissão […] Agora, não pode uma decisão de um juiz, monocrática, interferir na vida da cidade”, considera.
Demissões
Bares e restaurantes são alguns dos principais estabelecimentos afetados pela crise econômica. De acordo com o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar-DF), Jael Antônio da Silva, entre março de 2020 e janeiro deste ano, a entidade contabilizou cerca de 25 mil demissões nesses ramos do comércio.
Ele ainda prevê mais 5 mil desempregados até o fim de abril. “Não temos mais para onde ir. Não podemos mais suportar esse ‘joguete'”, critica.