Comerciantes desrespeitam decreto e mantêm lojas abertas
A reportagem flagrou lojas de tecido na W3 Sul fazendo atendimento ao público e quiosque em funcionamento na área central
atualizado
Compartilhar notícia
Alguns comerciantes do Distrito Federal ignoraram o decreto assinado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) e seguiram com as lojas abertas nesta sexta-feira (20/03). As medidas de isolamento e de fechamento do comércio no DF seguem até 5 de abril para combater a proliferação do coronavírus na capital.
A reportagem flagrou lojas de tecido da W3 Sul fazendo atendimento ao público. Quiosques de comida também funcionavam no Setor de Rádio e TV Sul. Denúncias sobre descumprimento ao decreto podem ser realizadas pela Ouvidoria Geral e pelos telefones 162 (opção 2) e 190. A maioria, porém, está respeitando o decreto.
A fiscalização dos estabelecimentos é feita pelo DF Legal. Segundo o secretário Gutemberg Tosatte Gomes, as equipes intensificaram o cerco nesta manhã. “Os que insistirem em burlar o decreto serão interditados. Os reincidentes também estão sujeitos a uma multa diária que pode variar de R$ 3,5 mil a R$ 12 mil”, alertou.
“Pedimos que o comerciante entenda que é uma emergência. Os que insistirem vão sofrer ações por parte do DF Legal. A fiscalização será feita de maneira ininterrupta, enquanto vigorar o decreto. Ainda com relação aos ambulantes, a tolerância é zero”, completou.
O Procon também passou a receber reclamações. Já foram contabilizadas 35 denúncias de lojas que permaneciam abertas em Taguatinga, Sobradinho e na Asa Norte.
Prejuízo
Na manhã desta sexta-feira (20/03), como de costume, um casal instalou o trailer no Setor de Rádio e TV Sul. Eles trabalham no local há cinco anos. Os comerciantes explicam que este é o último dia. Semana que vem, eles e mais dois funcionários estarão parados.
A proprietária do trailer, que se identificou apenas como Vânia, afirma que o movimento já tinha diminuído 40% nesta semana. Diariamente, o casal costumava atender 200 clientes.
O estado de emergência e a pandemia da Covid-19 provocarão, segundo estimativa do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista), um prejuízo de R$ 500 milhões. Além disso, a entidade prevê cerca de 20 mil desligamentos de funcionários no setor até 2 de abril.
Atenção
Por determinação do Governo do Distrito Federal, ficam autorizados a funcionar clínicas médicas, laboratórios, farmácias, postos de gasolina, mercados, lojas de materiais de construção e padarias.
As clínicas médicas englobam os consultórios veterinários, que funcionam normalmente. Já os shoppings fecham as portas, mas podem realizar entregas de encomenda.
O Metrópoles percorreu algumas lojas de materiais para construção nesta sexta-feira (20/03). Os empresários orientaram os funcionários sobre os cuidados que devem ter ao atender os clientes e também colocaram avisos na porta com informações de higiene como: passar álcool em gel, evitar colocar as mãos na boca, no nariz e nos olhos.
O Metrópoles elaborou um guia com o que abre e fecha na capital federal. Confira aqui.