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Com troca na Segurança do DF, categorias cobram avanços nas negociações

Edval Novaes terá de enfrentar desafios históricos, como cobrança dos policiais por reajustes, melhorias de trabalho e redução da violência

atualizado

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1 de 1 novaes - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O comando da Secretaria de Segurança Pública e Paz Social mudou e o novo chefe da pasta têm desafios históricos para tentar resolver em pouco tempo. As entidades que representam policiais civis, militares e bombeiros cobram avanços nas negociações salariais e melhores condições de trabalho. De outro lado, há uma crise institucional entre as forças, que precisa ser apaziguada. A população, por sua vez, espera ações mais efetivas para combater a violência.

Delegado da Polícia Federal, Edval de Oliveira Novaes Júnior tem experiência no enfrentamento de conflitos. Atuou no Rio de Janeiro por 10 anos como subsecretário de Comando e Controle da Secretaria de Segurança Pública. Na primeira entrevista coletiva após o anúncio do seu nome pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB) nesta segunda-feira (27/3), disse que vai trabalhar com base no diálogo e buscará “incessantemente a sinergia entre as polícias civil e militar”.

Ambas as categorias foram pegas de surpresa com o nome de Novaes. “Não acredito que um policial federal resolva o problema da segurança pública de Brasília. Vamos convocar uma grande reunião para discutir essa mudança. Não conhecemos o secretário”, afirmou o vice-presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares do DF (Aspra), Manoel Sansão. Segundo ele, a categoria espera não só reajuste salarial como melhoria das condições de trabalho.

A Polícia Civil nutre a mesma expectativa. O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do DF (Sindepo), Rafael Sampaio, diz que a categoria está sem reajuste há sete anos. Ele acredita que a operação-padrão, iniciada no ano passado, ainda ocorre de forma pontual, mas acrescenta que os policiais se sentem desmotivados. “Além da falta do aumento, temos um quadro menor que o de 1993, sendo que a população aumentou. Não há propostas para nomeações. É inadmissível a falta de servidores”, enfatizou.

Mas Sampaio disse esperar que Novaes mude o rumo da área de segurança, embora considere que o novo secretário tenha pouco tempo para construir um novo planejamento. “Mas estamos aguardando uma proposta do governo e avanço nas negociações”, frisou o dirigente da Adepol.

Já o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-DF), Rodrigo Franco, conhecido como “Gaúcho”, não quis falar sobre a nomeação. Afirmou que as conversas da categoria têm ocorrido diretamente com o secretário de Fazenda, Antônio Fleury, e o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio.

“O secretário de Segurança em nada interfere nisso. Prefiro não comentar a nomeação”, disse. Em nova rodada de negociação nesta segunda com o GDF, não houve proposta concreta para a categoria. O canal de diálogo entre as partes foi restabelecido na última semana e a expectativa dos policiais é de que haja avanços.

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Márcia de Alencar deixou a Secretaria de Segurança Pública e Paz Social
Rollemberg com Edval Novaes (E) e Antônio Valdir Oliveira Filho
Policiais civis estão mobilizados desde o ano passado
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Rollemberg durante anúncio dos novos secretários

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Márcia de Alencar deixou a Secretaria de Segurança Pública e Paz Social

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Rollemberg com Edval Novaes (E) e Antônio Valdir Oliveira Filho

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Policiais civis estão mobilizados desde o ano passado

 

Pasta estratégica
Novaes assume o comando de uma das pastas mais estratégicas do GDF no lugar de Márcia de Alencar. Ela continua no governo, mas agora como secretária-adjunta de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.

Márcia estava com a imagem desgastada dentro e fora do governo. Não era bem aceita nem pelos policiais civis nem pelos militares. Chegou a enfrentar crises que tornaram sua permanência na pasta ainda mais complicada. Em um dos episódios, o Metrópoles revelou que a secretária emprestava sua estrutura de segurança bancada pelo GDF para levar os filhos à escola.

Outro constrangimento para a cúpula do governo foi quando Márcia deu carona a um de seus filhos em helicóptero oficial. Mesmo assim, foi mantida à frente da pasta. Rollemberg chegou a ensaiar a troca de comando em outubro do ano passado, quando chamou o ex-secretário de Segurança do Rio José Mariano Beltrame para a vaga. Ele, porém, recusou o convite.

Cinco meses depois, o governador anuncia Novaes, que trabalhou com Beltrame no Rio de Janeiro. Será o terceiro nome a chefiar a Secretaria de Segurança Pública e Paz Social desde o início do governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), em 2015.

Novaes tem pouco mais de um ano e meio para tentar mudar a imagem e a situação da segurança pública no DF. Entre os crimes que mais têm tirado o sono dos brasilienses, estão os contra o patrimônio. Nos dois primeiros meses deste ano, roubos a pedestres cresceram 6,6%; assalto a coletivo (26,6%); e furto em veículo (5,35). Os casos de estupro no período analisado aumentaram 24,7%. Os dados são comparados aos de janeiro e fevereiro de 2016.

Durante coletiva de imprensa nesta segunda, o governador ressaltou o currículo do novo secretário. “Ele tem uma grande experiência administrativa e vem com a incumbência de fortalecer o Pacto pela Vida, promover uma integração cada vez maior entre as forças de segurança e também ampliar a sensação de segurança no Distrito Federal, além de manter e aprofundar a redução de indicadores como, por exemplo, o número de homicídios”, disse o governador.

Rollemberg também anunciou mudanças no comando da Secretaria de Economia e Desenvolvimento Sustentável, que tinha como titular Arthur Bernardes (PSD). Ele deixou a vaga para Antônio Valdir Oliveira Filho, diretor-superintendente do Sebrae/DF, para assumir a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejus). A troca em ambas as pastas foi antecipada pelo Metrópoles na quinta-feira (23).

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