Com superlotação de 175%, HRC não atende crianças doentes. Veja vídeo
Famílias ficaram aflitas e revoltadas sem atendimento no hospital na quarta-feira (17/4). Apenas casos vermelhos eram atendidos pela unidade
atualizado
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Pressionado pela explosão de casos de dengue, Covid, doenças respiratórios, bem como a falta de profissionais de saúde, o Hospital Regional de Ceilândia (HRC) está superlotado, operando a 175% da capacidade nessa quarta-feira (17/4).
Pacientes, incluindo crianças, voltaram para casa doentes, com dores e sem atendimento. Outros avaliaram dormir na unidade.
Veja:
Com crianças no colo, mães chegaram de manhã, por volta das 10h, e voltaram para casa na madrugada seguinte sem tratamento. Segundo as famílias, o atendimento para pediatria e ginecologia foi interrompido.
Pais e mães solicitaram a escala de plantão da unidade, mas os servidores se recusaram a prestar a informação. “Disseram que não tem médico. Que os que estão aqui só vão atender casos gravíssimos com risco de morte. Mas não querem dizer quantos médicos que em tese devem estar aqui”, contou uma testemunha.
Os profissionais de saúde do hospital estariam escalados para tratar dos pacientes nas unidades de terapia intensiva (UTIs).
Alguns pacientes chegaram ao hospital com recomendação de atendimento, principalmente crianças com sintomas de pneumonia e outras doenças respiratórias. No entanto, receberam classificação laranja e amarela. Mesmo com laudos e raio-x em mãos, não foram recebidos. A unidade passou a receber apenas casos vermelhos.
Perto da meia-noite, vencidas pelo cansaço, família voltaram para casa, sem receber informação de qual seria a possível alternativa de atendimento na rede pública. Outras ponderavam dormir no hospital. “Para mim, é muito desumano. Uma criança ficar em uma cadeira dura, esperando 12 horas”, lamentou uma testemunha.
Hmib
O drama do HRC não é um caso isolado. Recentemente, famílias denunciaram falha no atendimento no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib).
Em colapso, a unidade sofreu com o déficit de 361 profissionais de saúde, e crianças doentes ficaram mais de 24 horas sem atendimento.
Outro lado
A Secretaria de Saúde argumentou que na quarta-feira o HRC chegou a receber pacientes com classificação amarela. Mas após atingir ocupação de 175% passou a atender apenas os casos com gravidade vermelha.
No entanto, não informou o quadro de profissionais de saúde da unidade.
Leia a nota completa:
A Secretaria de Saúde informa que na quarta-feira (17), o pronto socorro de pediatria do HRC prestou atendimento durante o dia para pacientes graves e menos graves (rota amarela). A unidade esteve com ocupação de 175% da sua capacidade, com crianças graves aguardando direcionamento para leito UTI. Já no período noturno, o atendimento ficou restrito às classificações de gravidade vermelha.
A pasta esclarece que a abertura de ficha de atendimento e classificação de risco é feita a todas as crianças. Durante o dia, os pacientes de menor gravidade foram direcionadas para a rota amarela.