Com risco de morte, bebê de 2 meses aguarda leito em UTI no DF
Família conseguiu liminar na Justiça que determina que a Secretaria de Saúde providencie leito em UTI e deslocamento do bebê
atualizado
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Um bebê de dois meses em estado grave e com risco de morte aguarda leito em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica na rede pública do Distrito Federal.
Bryan Johne Correa Silva teve uma parada cardíaca, está com pneumonia, bronquite e bronquiolite. Desde quarta-feira (10/4), o menino está na unidade de emergência do Hospital Regional de Ceilândia, onde aguarda a liberação de uma vaga de UTI pela Secretaria de Saúde.
“Se ele ficar aqui, vai morrer nesse hospital”, declarou o pai, Kécio Johne Araujo Correa. Desesperada, a família da criança já entrou na Justiça para tentar garantir um leito ao bebê.
Na tarde deste sábado (13/4), a juíza de plantão Laís Rodrigues deferiu parcialmente o pedido dos familiares. Em liminar, ela determinou a internação imediata de Bryan, seguindo a prioridade clínica definida pela pasta.
“Constatada a existência da vaga, incumbirá ao Distrito Federal contatar a família do autor e providenciar o deslocamento”, diz a liminar.
Enquanto a espera não acaba, a família passa por momentos de desespero e angústia. “Não tem condições de meu filho ficar aqui. Não tem uma equipe completa para ter os cuidados certos dele e estão fazendo ‘gambiarra’ para usar os equipamentos aqui porque estão em falta”, denunciou o pai.
Em nota, a Secretaria de Saúde negou que informação de supsota gambiarra. “O paciente segue internado, tendo à disposição todo o suporte necessário para o seu quadro de saúde até que surja vaga de UTI”, garantiu a pasta (veja nota abaixo).
Os familiares alegam que a equipe médica do Hospital Regional de Ceilândia (HRC) tem se esforçado para garantir o tratamento, mas que, com a falta de material, estaria “improvisando equipamento estragado” ou “amarrando cascata” porque “não tem mais suporte”, segundo a família.
“A gente está chorando, está implorando porque já tem pedido, já tem essa ordem judicial. Ele precisa sair daqui para uma UTI pediátrica. A gente precisa dessa UTI pediátrica”, declarou outro parente, que preferiu não ser identificado.
“Já apelei para Deus e o mundo, vocês não têm ideia do que a gente está passando. Não só pelo Bryan, mas por outras crianças também. Isso aqui está um caos”, completou o familiar.
Sem leitos na rede
Pelo Portal Infosaúde, a informação é de que 94% da UTI pediátrica do DF está ocupada. A última atualização, contudo, é de 2 de abril. Na plataforma, havia apenas quatro vagas nas unidades em toda a rede pública.
O painel informa que, ao todo, são 90 leitos. No entanto, desses, 23 estão reservados ou bloqueados. Em resposta, a Secretaria de Saúde admitiu que 40 crianças estão à espera de um UTI pediátrica na rede pública.
“A pasta informa que os pacientes que aguardam por leito de UTI são regulados conforme gravidade do quadro de saúde. A classificação prioriza os casos mais graves e os judicializados”, informou em nota.
A secretaria ainda acrescentou que a transferência para o leito é realizada mediante vaga disponibilizada. “Enquanto aguardam essa disponibilidade, os pacientes seguem assistidos pela equipe médica do hospital em que estão internados”, garantiu a pasta.
Veja nota da Secretaria de Saúde:
A Secretaria de Saúde esclarece que não procede a informação de gambiarra. O paciente segue internado, tendo à disposição todo o suporte necessário para o seu quadro de saúde até que surja vaga de UTI.
A pasta informa que os pacientes que aguardam por leito de UTI são regulados conforme gravidade do quadro de saúde. A classificação prioriza os casos mais graves e os judicializados. A transferência para o leito é realizada mediante vaga disponibilizada. Enquanto aguardam essa disponibilidade, os pacientes seguem assistidos pela equipe médica do hospital em que estão internados.
A SES informa que os leitos de panorama 1 são aqueles que estão sob gestão local, ou seja, são regulados pela própria região de saúde na qual estão disponíveis.