Com PDV e fim do racionamento, Caesb reduz atendimento ao público
A partir do dia 2 de julho, todos os escritórios passarão a funcionar das 11h às 17h, quatro horas a menos que o horário atual
atualizado
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Na semana em que a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) colocará fim ao racionamento de água, vem à tona a decisão de reduzir em 40% o horário de atendimento ao público nos postos da empresa pública.
No do Guará, um cartaz alerta: a partir do dia 2 de julho, todos os escritórios de atendimento passarão a funcionar das 11h às 17h. Atualmente, eles ficam abertos das 8h às 18h.
A deliberação foi divulgada pela diretoria colegiada do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Distrito Federal (Sindágua-DF).
A medida ocorre também em meio a um Programa de Demissão Voluntária (PDV). Embora haja 500 pessoas habilitadas, a expectativa, de acordo com a média histórica, é de adesão de 350 profissionais às etapas, que vão até 2019, segundo a Caesb.Há postos de atendimento no Guará, Recanto das Emas, Ceilândia, Paranoá, Taguatinga, Núcleo Bandeirante, Gama, Santa Maria, Brazlândia, Samambaia, Planaltina, Sobradinho e São Sebastião.
Não há contrapartida para repor a força de trabalho por meio de concurso público e, assim, o efetivo ficará reduzido, com prejuízo no atendimento de serviços básicos e essenciais à população, afirmou o Sindágua-DF.
A direção da entidade denuncia que a determinação de reduzir o período de suporte ao público ocorreu “seguindo a linha antidemocrática e irresponsável deste governo”. “Ou seja, de forma autoritária e sem nenhum diálogo com a população e os trabalhadores”, pontuou o sindicato.
O Sindágua-DF também afirmou que os profissionais da companhia são “veemente contrários à redução no horário de atendimento, medida autoritária que visa, sobretudo, prejudicar a população e a imagem da própria Caesb como empresa pública”.
“Defendemos que a direção da Caesb e o GDF voltem atrás nessa decisão absurda e mantenham o atual horário de atendimento, das 8h às 18h, e façam a recomposição da força de trabalho”, concluiu o sindicato, em nota pública.
O outro lado
A Caesb, por outro lado, diz que a mudança de horário está dentro da política da empresa “de melhorar e ampliar os serviços para o público em geral”. Em nota, informou que a alteração está relacionada com a implantação do autoatendimento no site da companhia, “onde estão disponibilizados vários serviços que antes eram realizados somente nos escritórios”.
O objetivo de concentrar o atendimento no período de maior fluxo de público é melhorar o serviço prestado aos consumidores, informou a empresa. “A medida vai reduzir filas, diminuir o estresse e oferecer maior comodidade aos clientes”, defende a estatal.
O novo horário continua atendendo as exigências da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), segundo a Caesb.
O processo de reestruturação foi iniciado em abril. Até o fim de junho, mais três novos serviços também poderão ser realizados por meio de autoatendimento no site.
Atualmente, a população pode fazer no endereço on-line da Caesb: autocadastro; solicitação de ligação de água; revisão de conta; segunda via; comprovante de pagamento; situação de débito; histórico de consumo; atendimento a órgãos públicos; autoleitura (o usuário informa a leitura mensal para faturamento, devendo permitir acesso ao hidrômetro em meses determinados); ressarcimento de danos; solicitação de carta de interferência de rede; parcelamento de dívida; e alteração de titularidade.
Sobre o impacto do PDV somado à ausência de recuperação da mão de obra, como apontou o Sindágua-DF, a Caesb informou ter chamado mais de 350 aprovados no certame de 2012, quantidade acima do previsto em edital. A companhia destaca ter feito novas convocações de concursados neste mês.
Fim do racionamento
Em 3 de maio, um dia após questionar o aumento de 2,99% na conta de água do DF, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciou o fim do racionamento para 15 de junho. O rodízio começou em janeiro de 2017, deixando os brasilienses com as torneiras secas uma vez a cada seis dias.
Pré-candidato à reeleição ao Palácio do Buriti, o chefe do Executivo local disse que a decisão só foi possível graças ao “esforço da população nesse um ano e três meses [de racionamento], dos agricultores, que mudaram a forma de irrigação, e das obras de captação de água inauguradas pelo governo de Brasília.”
Além de acabar com o racionamento, o governo vetou o reajuste na conta de água. No dia 11 de maio, a Adasa suspendeu a correção de 2,99% prevista para entrar em vigor no dia 1º de junho.