Com medo de perder hemodiálise, pacientes passam a morar em hospital
Segundo documentação, atualmente 132 pacientes enfrentam a fila de espera para o tratamento contínuo de hemodiálise na rede pública
atualizado
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Com medo de ficar sem hemodiálise, pacientes renais passaram a morar no Hospital Regional de Taguatinga (HRT).
Veja:
Na fila para tratamento contínuo de hemodiálise na rede pública do DF, os pacientes não conseguem vagas contínuas e precisam praticamente morar no HRT, isso para não correrem o risco de ficar sem tratamento ao deixar a unidade.
O Metrópoles teve acesso a um documento referente à fila atual dos pacientes que necessitam desse tipo de assistência. Hoje, 132 pessoas aguardam pela hemodiálise hospitalar. Desse total, 98 estão com classificação vermelha, ou seja, em situações de emergência.
Pelo menos oito pacientes passaram a viver no HRT. Alguns estão há meses no segundo andar da unidade.
Saudade
A reportagem conversou com parente de uma paciente, que preferiu não se identificar. Durante o diálogo, ela externou a delicada situação de quem necessita do tratamento.
“Ela está há semanas esperando a vaga fixa da hemodiálise. É muita agonia. Nossa família está dividida. E tem muita gente lá, vivendo lá esperando a vaga fixa. E se alguém sai, perde a vaga e pode morrer”, lamentou.
Familiares levam frequentemente roupas para os pacientes renais. “É complicado. Somente com muita fé em Deus para seguir em frente. Ela depende da hemodiálise para sobreviver”, desabafou.
Sem solução
Em abril deste ano, o Metrópoles denunciou a martírio dos pacientes à espera da hemodiálise. No total, 130 pessoas aguardavam uma vaga contínua.
À época, a rede oferecia 906 vagas nas clínicas credenciadas e 352 nos hospitais. Todas estavam ocupadas. A pasta prometeu ampliar a oferta de vagas ainda em abril para zerar a lista de espera.
Outro lado
Em nota, a Secretaria de Saúde afirma que “oferta 1.281 vagas de hemodiálise para doentes renais que necessitam realizar o procedimento”, e que o serviço é “realizado no Hospital Regional de Sobradinho, Taguatinga, Gama e Asa Norte (HRS, HRT, HRG e HRAN), Hospital de Base, Hospital Universitário de Brasília (HUB), Hospital da Criança de Brasília (HCB) para pacientes agudos e crônicos e nas clínicas contratadas de diálise para pacientes crônicos”.
O Metrópoles também entrou em contato com a direção do HRT, mas ainda não obteve resposta. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
Leia a íntegra da nota da SES-DF
“A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) oferta 1.281 vagas de hemodiálise para doentes renais que necessitam realizar o procedimento. O serviço de hemodiálise para os pacientes do SUS é realizado no Hospital Regional de Sobradinho, Taguatinga, Gama e Asa Norte (HRS, HRT, HRG e HRAN), Hospital de Base, Hospital Universitário de Brasília (HUB), Hospital da Criança de Brasília (HCB) para pacientes agudos e crônicos e nas clínicas contratadas de diálise para pacientes crônicos.
Os doentes renais crônicos que necessitam de regulação de vaga fixa de hemodiálise têm o seu tratamento assegurado nos serviços de hemodiálise dos hospitais da rede enquanto aguardam o direcionamento da vaga.
Embora a Secretaria de Saúde do DF possua Edital de Credenciamento para a contratação de até 2.000 vagas de hemodiálise, somente houve a adesão de 914 vagas pelas clínicas. Para aumentar o interesse em adesão ao Edital, foi aprovado a complementariedade dos valores a serem repassados às clínicas em março deste ano, o que tem ampliado a oferta de vagas nos últimos meses.
Importante mencionar que existem duas modalidades de diálise: hemodiálise e diálise peritoneal. Atualmente, há vagas disponíveis para diálise peritoneal, que pode ser realizada em casa pelo próprio paciente. Os pacientes que aguardam em fila têm a possibilidade de iniciar o tratamento pela diálise peritoneal. A decisão sobre a modalidade escolhida deve ser discutida com um nefrologista, considerando os riscos e benefícios de cada método para o paciente.“