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Com Ibaneis a bordo, trem que liga DF a Valparaíso (GO) inicia teste

O carro sobre trilhos com o governador saiu da Estação Rodoferroviária, passou pelo Bernardo Sayão e seguiu para o município goiano. Quando finalizados os testes, novo meio de transporte pode beneficiar 50 mil pessoas

atualizado

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1 de 1 Ibaneis-no-trem - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O trem que ligará Brasília a Valparaíso (GO) fez sua primeira viagem de teste na manhã desta terça-feira (04/06/2019). Com 10 pessoas a bordo, inclusive o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o veículo deixou a Estação Rodoferroviária às 9h10. Antes do destino final, fez uma parada na Estação Bernardo Sayão, no Guará II. Antes do embarque, o chefe do Executivo local mostrou-se confiante com o projeto, que pode beneficiar cerca de 50 mil pessoas diariamente.

“Estamos tentando trazer uma forma de transporte segura e de qualidade que melhore a acessibilidade no DF. Essa é uma viagem experimental, que dá o primeiro passo no rumo da implementação da fase um desse novo modal. Estamos felizes”, comemorou o emedebista.

A viagem experimental é coordenada pela União, assim como o projeto de revitalização do sistema de transporte. A princípio, o Ministério do Desenvolvimento Regional previa o início dos testes em janeiro. Porém, um reestudo feito pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e pelo governo local acabou atrasando o cronograma.

Pedro Cunto, diretor de Planejamento e Relações Institucionais da CBTU, detalhou por que a operação de hoje é tão importante para o projeto. “O trem que nós vamos trazer é o mesmo que já opera em Natal, João Pessoa, Maceió e Recife. É um veículo mais confortável, que, por ser mais leve, permite maior manobra e frenagem no trecho urbano, o que é mais adequado para a região.”

Conforme Ibaneis, a partir desse teste, os próximos passos devem ser dados com mais celeridade, até chegar o dia em que será possível fazer o transporte de passageiros.

A nossa previsão é que, no prazo de seis meses, estejamos com a operação mais adiantada. Venho discutindo esse assunto desde a transição de governo e não considero que estamos atrasados. Estamos no nosso tempo, e é um tempo que vai trazer um futuro muito bom para toda a população do DF e de Goiás

Ibaneis Rocha, governador do DF

Na viagem experimental, o trem usado não foi o oficial, que fará o transporte de passageiros futuramente: o vagão escolhido para o teste tem capacidade de conduzir apenas 10 pessoas – sete passageiros e três tripulantes. O secretário do Entorno, Paulo Roriz, também integrou a comitiva.

A intenção do governo local e da União de retomarem a condução de passageiros na linha férrea, que atualmente só transporta cargas, foi noticiada em dezembro de 2018, pelo Metrópoles, em primeira mão.

Veja as fotos do teste:

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O secretário Nacional de Mobilidade e Serviços Urbanos do Ministério do Desenvolvimento Regional, Jean Pejo, também participou da viagem e comentou a experiência. “Vamos avaliar as condições da via, como os trilhos, aparelhos e tudo aquilo que envolve a infraestrutura da via. Esse não é o veículo que vai transportar os passageiros, é um de avaliação, e depois será colocado o sistema VLT, que já vem operando em outras regiões do Nordeste com um resultado bastante positivo”, afirmou.

ANTT

Em nota enviada à reportagem, a concessionária reiterou a realização de estudos para adaptação da linha para transporte público: “A via, sob responsabilidade da VLi, tem foco no transporte de carga. É importante ressaltar que os estudos de viabilidade técnica para sua adaptação a outros fins ainda estão em andamento pelos interessados e deverão ser submetidos à análise e manifestação da ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres]”. A empresa é também a responsável pela tradicional Maria Fumaça, que faz o trajeto entre São João del Rei (MG) e Tiradentes (MG).

Após a chancela dos governos local e federal, as viagens devem ser feitas por um veículo leve sobre trilhos (VLT), escolhido justamente para reaproveitar linhas férreas já existentes. O modal é mais silencioso do que o metrô, por exemplo, e muito menos poluente, considerado um meio de transporte ideal na ligação entre centros urbanos e regiões com potencialidade rural.

O governo ainda analisa o valor da passagem e pretende utilizar a nova linha para desafogar as vias do DF que fazem ligação com a região mais densa do Entorno. Até Valparaíso, de carro, o trajeto de 37 km pode levar 45 minutos. De trem, o percurso deve ser feito em até 30 minutos. A expectativa é que dois vagões façam duas viagens diárias de Brasília até o município goiano.

Reprodução / Antt
Mapa atual das ferrovias na Região Metropolitana do Distrito Federal

VLT na W3

Promessa de vários governos anteriores, o VLT já entrou no imaginário do brasiliense, seja pela promessa de cruzar a Esplanada dos Ministérios, seja para interligar a W3 Norte e a W3 Sul ao Aeroporto Internacional de Brasília. Embora haja projetos e estudos na ANTT e na CBTU, nenhuma dessas linhas saiu do papel.

A estreia do novo trajeto só foi possível graças à linha férrea já existente, hoje exclusiva para o transporte de cargas e que foi adaptada para a condução de passageiros. “Estou depositando muitas fichas nesse projeto, porque são necessários apenas pequenos reparos nos trilhos e nas ferrovias, além de construir algumas estações de apoio. Dando certo, como esperamos, será uma alternativa barata, rápida e eficaz para quem mora no Entorno e trabalha no DF”, disse Ibaneis Rocha (MDB) em entrevista ao Metrópoles no início do ano.

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O projeto prevê que o VLT seja parecido com os que hoje atuam nas cidades do Nordeste
Na versão brasiliense, será um trem com três vagões
A expectativa é que a Rodoferroviária seja revitalizada para receber os 600 passageiros permitidos por viagem
Movidos a diesel, os vagões serão abastecidos e passarão por reparos em Brasília
Segundo a Semob, a construção do VLT ligando as W3 Norte e Sul custará R$ 2 bilhões
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O presidente da TCB visitou o VLT de Santos para estudar implantação no DF

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O projeto prevê que o VLT seja parecido com os que hoje atuam nas cidades do Nordeste

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Na versão brasiliense, será um trem com três vagões

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A expectativa é que a Rodoferroviária seja revitalizada para receber os 600 passageiros permitidos por viagem

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Movidos a diesel, os vagões serão abastecidos e passarão por reparos em Brasília

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Segundo a Semob, a construção do VLT ligando as W3 Norte e Sul custará R$ 2 bilhões

CBTU/Reprodução

 

Pesquisa realizada pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos revela que pelo menos 80 mil usuários utilizam transporte público entre o DF e municípios da região do Entorno Sul. O resultado não contempla os passageiros adeptos de carros particulares, por exemplo. Atualmente, de ônibus, um cidadão precisa desembolsar R$ 4,65 de Brasília a Valparaíso por viagem. Para Luziânia, o valor aumenta para R$ 6,45 por trecho. Na linha férrea de Maceió (AL), que tem distância semelhante, a tarifa é de R$ 1, com valor atualizado em maio de 2018.

Preço da passagem

O secretário de Desenvolvimento da Região Metropolitana, Paulo Roriz, afirmou que a equipe da pasta passa a se debruçar sobre os estudos para determinar o preço futuro da passagem. Ele disse que a experiência dos próximos meses servirá, também, para avaliar a aceitação dos passageiros do Distrito Federal quanto ao novo modal.

“Como o transporte público não é feito para dar lucro, fixaremos o valor da tarifa de forma que fique mais atraente do que a dos ônibus, para ser a melhor opção para integrar o DF com a região do Entorno”, disse, quando o projeto foi anunciado.

A programação prevê a revitalização também da Estação Rodoferroviária, localizada no fim do Eixo Monumental, hoje sede da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa). Com a arquitetura horizontal assinada por Oscar Niemeyer e suas fileira de janelas – as quais sugerem um longo trem de passageiros –, a estação tem estrutura de ligação para cinco plataformas e permite o embarque e desembarque de uma dezena de trens ao mesmo tempo.

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