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Com estádio fechado, conta de água em junho no Mané foi de R$ 2,2 mi

O valor é 67 vezes maior que a média de consumo de outros meses na arena, que não recebe evento esportivo desde o começo de maio

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Mané Garrincha 1
1 de 1 Mané Garrincha 1 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Imersa em uma grave crise financeira, a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) vai ter de equacionar mais um problemão. A conta de água e esgoto do Mané Garrincha referente a junho foi de impressionantes R$ 2.266.757. O valor é 67 vezes maior que a média de consumo da arena nos outros meses.

Somente essa fatura cobrada pela Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) supera em três vezes o gasto mensal de manutenção do lugar: R$ 700 mil. Despesa altíssima, ainda mais se levar em conta a baixa frequência de eventos no estádio. O último jogo no Mané foi em 6 de maio, há mais de dois meses.

Em plena seca e no meio da pior crise hídrica da história do Distrito Federal, na qual o brasiliense foi obrigado a fechar as torneiras, a fatura do Mané aponta um gasto de 94.295m³, ou 94,2 milhões de litros de água. Em meses anteriores, o consumo médio da arena foi de 1.421m³, ou 1,42 milhão de litros. Para se ter ideia, um morador do DF gasta, também em média, 4.590 litros a cada mês.

Vazamento
A Terracap e a Caesb desconhecem o motivo de a conta ter atingido esse valor exorbitante, mas desconfiam de um vazamento de água. Ambos os órgãos tratam o tema com cautela e apuram as possíveis causas. Vencida em 20 de junho, a fatura, segundo a companhia, ainda não foi paga. Em nota, a Terracap disse que aguarda um relatório da Caesb para se posicionar.

O possível vazamento de água no estádio impacta a crise hídrica enfrentada pelos moradores do Distrito Federal, que começou no segundo semestre do ano passado. Os dois reservatórios que abastecem a capital – Descoberto e Santa Maria – estão com menos de 50% da capacidade total. Em função disso, os brasilienses precisam enfrentar o racionamento desde janeiro deste ano. E medidas mais duras podem ser adotadas no período de seca.

O alto consumo de água no Mané chama ainda mais atenção se considerada a situação atual da arena: ela está ociosa. O estádio recebeu 20 jogos neste ano, sendo apenas três clássicos. Além de Flamengo x Grêmio e Flamengo x Vasco, a final do Candangão, entre Brasiliense e Ceilândia no dia 6 de maio, foi um dos destaques da arena em 2017. Não há mais jogos de futebol agendados para este ano no Mané Garrincha.

Duro golpe

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O <b>Metrópoles</b> revelou com exclusividade um duro golpe nas contas da Terracap: a conta de água e esgoto no valor de R$ 2,2 milhões. Empresa conseguiu negociar valor e pagará 50% à Caesb
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Conta astronômica ainda não foi explicada oficialmente

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O Metrópoles revelou com exclusividade um duro golpe nas contas da Terracap: a conta de água e esgoto no valor de R$ 2,2 milhões. Empresa conseguiu negociar valor e pagará 50% à Caesb

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A tarifa de R$ 2,2 milhões é um golpe ainda mais duro nas finanças da Terracap, que anunciou o corte de funcionários e outras medidas para tentar equilibrar as contas. Além de passar a tesoura em três das sete diretorias, a estatal quer acelerar o Plano de Demissão Incentivada (PDI), em curso desde novembro de 2016.

Até dezembro, a agência espera que mais 100 funcionários concursados sejam desligados, totalizando 199 demissões. O enxugamento no quadro de pessoal, segundo cálculos da própria empresa, pode implicar em uma economia de R$ 25 milhões na folha salarial de 2017. Nos demais anos, esse valor pode subir para R$ 57 milhões a cada 12 meses.

O plano, contudo, pode naufragar. Tudo por conta das dificuldades que a Terracap tem encontrado para arcar com seus compromissos financeiros. “Eles não têm recursos e, por isso, adiaram o PDI”, conta um servidor, que prefere não se identificar.

A estatal prometeu pagar um salário para cada ano trabalhado mais o plano de saúde por cinco anos aos funcionários demitidos pelo PDI. De acordo com o Sindicato dos Servidores e Empregados da Administração Direta (Sindser), 21 profissionais teriam sido barrados após o pedido de adesão. “Quem entrou, entrou. Quem não entrou, não entra mais. Eles não estão autorizando novos pedidos”, resume outro empregado.

Balanço negativo
A ideia é reduzir custos e aumentar a receita por meio de ações como descontos de 25% para pagamento à vista de imóveis, renegociação de dívidas e vendas de lotes em áreas como o Setor Noroeste.

A empresa amargou, no fim de 2016, prejuízo de R$ 255 milhões e tem um rombo de R$ 1,5 bilhão deixado por irregularidades nas obras do Mané Garrincha. De outro lado, as despesas da estatal seguiram na direção contrária: saltaram de R$ 623,3 milhões, em 2015, para R$ 637 milhões, no ano seguinte.


Os rolos e os clássicos do Mané:

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E deixa os fãs do futebol na expectativa de um excelente resultado na próxima Copa
Até o gramado do estádio foi investigado por suspeita de superfaturamento
Mesmo tendo custado R$ 1,6 bilhão, a arena candanga está bastante danificada
Durante partida entre Flamengo e Vasco pelo Carioca de 2017, estádio teve apagão
Veto da CBF afastou do estádio clubes da Série A
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Inaugurado em 2013, o Mané Garrincha é considerado o mais caro dos estádios erguidos no país para a Copa 2014

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E deixa os fãs do futebol na expectativa de um excelente resultado na próxima Copa

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Até o gramado do estádio foi investigado por suspeita de superfaturamento

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Mesmo tendo custado R$ 1,6 bilhão, a arena candanga está bastante danificada

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Durante partida entre Flamengo e Vasco pelo Carioca de 2017, estádio teve apagão

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Veto da CBF afastou do estádio clubes da Série A

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A cobertura do estádio está entre os itens que podem ter sido superfaturados

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O Mané Garrincha recebeu 10 partidas dos Jogos Olímpicos 2016. A seleção masculina de futebol, campeã do torneio, jogou no local duas vezes e empatou sem gols em ambas as disputas. Do lado de fora, torcedores reclamaram de longas filas

Michael Melo/Metrópoles
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O Mané Garrincha abriu espaço para as mulheres mais de uma vez: em 2013 e 2014, foi disputado o Torneio Internacional Feminino, com direito a show de Marta (na foto, à esquerda) e companhia

André Borges/Agência Brasília
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O antigo Mané Garrincha foi inaugurado em 10 de março de 1974, com capacidade para 45,2 mil torcedores. Acabou demolido para dar lugar ao moderno Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha

Arquivo Público do DF
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Obras do novo Mané Garrincha, que recebeu o prenome de Estádio Nacional de Brasília, duraram três anos

Divulgação
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Luminárias desligadas no Mané Garrincha. Estrutura precária para receber os torcedores

Ian Ferraz/Especial para o Metrópoles
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Espelho quebrado no banheiro masculino da arquibancada inferior do Mané Garrincha. Reparos de diversas áreas são cobrados na Justiça

Ian Ferraz/Especial para o Metrópoles
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Os ex-governadores Agnelo Queiroz e José Roberto Arruda estão sendo investigados pela Lava Jato: delatores afirmaram que ambos receberam propina pela obra da arena

Michael Melo/Metrópoles

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