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Com déficit de enfermeiros, Hospital de Santa Maria pede o bloqueio de leitos infantis

Memorando enviado pela gerência de enfermagem aponta carência de centenas de horas semanais de trabalho

atualizado

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JP Rodrigues/Metrópoles
Fachada hospital Santa Maria
1 de 1 Fachada hospital Santa Maria - Foto: JP Rodrigues/Metrópoles

A gerência de enfermagem do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) pediu o bloqueio de leitos na Unidade de Cuidados Prolongados (UCP) Pediátricos por falta de pessoal para atender a demanda. Segundo memorando enviado ao Núcleo de Enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva (NUEUT), o déficit ultrapassa centenas de horas semanais.

O primeiro pedido de bloqueio de leitos foi feito em maio, quando verificado que não seria possível suprir a demanda de 25 unidades. Na época, informou-se que diversos funcionários foram desligados ou estavam de licença, e só seria possível atender minimamente os pacientes se pelo menos sete vagas fossem fechadas temporariamente.

A UCP é uma unidade de média complexidade destinada a crianças de 0 a 14 anos, com doenças crônicas complexas, dependentes de equipamentos como respiradores. São pacientes com quadros de encefalopatia (conhecida popularmente como paralisia cerebral), síndromes genéticas e doenças pulmonares crônicas.

Em julho, diante da falta de resposta, a chefia do NUEUT pediu novamente para que ocorresse o bloqueio dos leitos. Àquela época , o déficit era de 171 horas semanais para atender toda a Unidade de Internação Pediátrica, que inclui além da UCP, a própria Unidade de Pediatria.

O documento daquele mês, inclusive, já admitia que a falta de enfermeiros no setor estava “prejudicando a assistência aos pacientes, colocando pacientes e profissionais em riscos”.

Mais uma vez sem resposta, foi enviado nessa terça-feira (28/9) um novo pedido para que ficassem indisponíveis os leitos. Desta vez, redigiu-se uma lista que aponta os problemas enfrentados pela unidade, como:

  • 150h por semana de ausência de enfermeiros especialistas na área;
  • inexistência de enfermeira rotineira no setor;
  • 629h por semana de ausência de técnicos em enfermagem.

Desta vez a gerência não informou qual o número de leitos que precisaria ser bloqueado, mas deixou claro que só será possível uma reabertura quando houver a contratação de novos profissionais.

O que diz o Iges-DF

Procurado, o Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (Iges-DF), responsável pelo HRSM informou que a unidade conta atualmente com 10 leitos e “as vagas têm sido efetivamente ocupadas e os pacientes devidamente assistidos por toda a equipe multiprofissional”. A lotação está em 70%.

O órgão disse ainda que a unidade “visa garantir leitos de enfermaria para esses pacientes, otimizando o processo de desospitalização de forma mais segura e mais rápida, além de possibilitar maior giro de leitos de UTI para pacientes pediátricos com quadros agudos que efetivamente se beneficiarão com o tratamento intensivo, gerando grande impacto positivo para toda a rede de saúde pública do DF”.

Por fim, o Iges lembrou que “15 leitos de enfermaria foram redirecionados para o atendimento de pacientes pediátricos diagnosticados com Covid-19, sendo de 10 da Pediatria Geral e de 5 da UCP” durante o momento mais crítico da pandemia.

Porém, não disse como pretende contornar a situação da falta de pessoal informada pela própria gerência da área.

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