Com bloqueio de verbas do MEC, UnB perdeu R$ 2 milhões, afirma reitora
Reitora Márcia Abrahão afirma que canetada afetará a manutenção de prédios da UnB. Em 2022, a universidade perdeu R$ 36,3 milhões
atualizado
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O novo bloqueio de recursos por parte do Ministério da Educação (MEC) coloca em risco o serviço de manutenção dos prédios da Universidade de Brasília (UnB). Entidades que representam as instituições de ensino superior divulgaram, na segunda-feira (28/11), que a pasta bloqueou mais de R$ 1,68 bilhão, no momento em que ocorria o jogo da Seleção Brasileira pela Copa do Mundo de 2022.
No caso do orçamento da UnB, a canetada bloqueou, inicialmente, R$ 2 milhões. “Foram retirados durante o jogo do Brasil. Estávamos fazendo remanejamentos para poder pagar a empresa de manutenção dos nossos edifícios. Agora, ficamos sem esses recursos”, afirma a reitora da UnB, Márcia Abrahão.
As universidades calculavam uma perda de R$ 244 milhões. No entanto, o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Planejamento e de Administração das Instituições Federais de Ensino Superior (Forplad) estima um prejuízo de R$ 344,17 milhões.
A reitora Márcia Abrahão destaca que a UnB tem sofrido sucessivas perdas no orçamento. “[Esse] não é o primeiro corte deste ano. E esperamos que seja revertido”, assinalou.
Em 2022, a instituição perdeu 7,19% do orçamento. Em valores reais, a universidade ficou sem, aproximadamente, R$ 36,3 milhões.
Com o novo bloqueio, o MEC “retirou o limite” e travou os orçamentos das instituições de ensino, segundo a reitora da UnB.
Com a medida, as instituições de ensino superior perdem autorização para usar o dinheiro e não podem efetuar pagamentos, por exemplo. “O que, nada mais é, do que retirar recursos das nossas universidades”, acrescentou Márcia Abrahão.
Segundo a reitora, a UnB pediu diretamente ao ministério o retorno do limite. A solicitação não foi atendida. “Estamos dialogando com o Forplad e a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), buscando conseguir que o MEC retorne esse limite para pagarmos as despesas realizadas”, contou.
O Metrópoles entrou em contato com o MEC para questionar sobre os bloqueios. A pasta alegou que recebeu a notificação do Ministério da Economia a respeito dos bloqueios orçamentários realizados. Mas não explicou o motivo da decisão.
“É importante destacar que o MEC mantém a comunicação aberta com todos e mantém as tratativas junto ao Ministério da Economia e à Casa Civil para avaliar alternativas e buscar soluções para enfrentar a situação”, argumentou a pasta, em nota.