Com avanço da vacinação, setor hoteleiro no DF prevê aumento de 65% no 2º semestre
Projeção é do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB). Sindhobar espera 50% de ocupação em previsão otimista
atualizado
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Uma das áreas mais atingidas pelas medidas de afastamento social devido à pandemia do novo coronavírus, o setor hoteleiro espera retomada de parte da ocupação no segundo semestre de 2021. Com a vacinação crescendo e um possível arrefecimento no número de mortos e contaminados, a expectativa é que o turismo de lazer, para eventos autorizados, como o jogo do Flamengo pela Libertadores e programas promovidos pelos próprios brasilienses aos fins de semana, cresça na capital.
Por outro lado, o setor prevê uma retomada mais lenta do turismo executivo. Especialistas avaliam que a consolidação das reuniões por meios virtuais deverá reduzir o número de deslocamentos e, consequentemente, impactar na busca por hospedagens.
Mesmo assim, Brasília é um caso à parte. De acordo com dados do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), o segmento já esboça reação e se prepara para um segundo semestre em alta, com até 65% de ocupação.
“Começamos o ano com 30% de ocupação, esperamos finalizar o semestre com 50%. Temos um fluxo de ocupação em crescimento. Brasília tem alguns fatores que vão influenciar nesse aumento da ocupação: o aquecimento do cenário político para as eleições de 2022; a volta de eventos, como o jogo do Flamengo pela Libertadores, e um fluxo dos próprios moradores da cidade que têm ido aos hotéis em fins de semana para fugir da rotina da pandemia”, afirmou o vice-presidente do FOHB, Otto Sarkis, sócio da Hplus Hotelaria.
Jogo do Flamengo
Segundo ele, os hotéis próximos ao Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha , onde ocorrerá a partida do Flamengo e o Defensa Y Justicia, pelas oitavas de final das Libertadores, marcado para a próxima quarta-feira (21/7), estão com boa taxa de ocupação, praticamente lotados. O jogo ocorrerá com 25% da lotação do estádio seguindo os protocolos de prevenção à Covid-19.
“O fluxo só voltará ao normal mesmo quando liberarem os eventos em sua totalidade. No entanto, até o fluxo do próprio brasiliense nos fins de semana, em hotéis com protocolos rígidos de higienização, tem contribuído para manter a média de ocupação mais alta”, completou Sarkis.
O FOHB reúne diversos hotéis das 370 unidades hoje existentes em Brasília. Entre eles, o Atlântica Hotels, Accor e Meliá.
Prejuízo e retomada
Boa parte dos hotéis em Brasília permaneceram fechados durante a pandemia, reabrindo a partir de outubro de 2020, quando a demanda começou a ter leve aquecimento. De acordo com o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar-DF), Jael Antônio da Silva, a situação ainda é complexa e diversas redes nem sequer conseguiram voltar ao funcionamento.
A entidade aposta em um crescimento da taxa de ocupação pra 57% no segundo semestre. “Em um cenário muito otimista, chegamos a esse percentual. O mesmo percentual de anos anteriores à pandemia só vamos retomar dentro de um ano. Precisamos ter demanda para a reabertura e para o retorno de diversas redes”, afirmou Jael.
A operadora Hplus Hotelaria, por exemplo, notou uma maior velocidade de recuperação a partir de maio último, o que se manteve em junho e persistiu em julho.
Expectativa
Na rede, a partir de agosto, as projeções são de alta no movimento a cada mês. A meta é repetir as taxas de ocupação registradas em 2019, próximas dos 70%, quando as tarifas também atingiram patamares melhores e que permitiram uma remuneração mais conveniente dos investidores.
De acordo com Ana Paula Faure, sócia-executiva da Hplus Hotelaria, ainda não é possível apontar as exatas razões deste comportamento mais aquecido do mercado brasiliense, tipicamente executivo. “Se entre outubro de 2020 e abril deste ano estávamos com ocupações abaixo de 30%, começamos a superar os 50% em maio, o que já equilibra as contas dos hotéis”, comemorou. “O que vai definir a recuperação total ou não ainda este ano é a retomada dos eventos”, espera.