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Com avanço da pandemia, entidades avaliam retomar blitz na Saúde do DF

Grupo fez várias denúncias de irregularidades no combate à Covid-19 na rede pública e discute a volta do monitoramento na semana que vem

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Unidade Básica de Saúde
1 de 1 Unidade Básica de Saúde - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Diante do aumento de casos e da ameaça de uma segunda onda da pandemia do novo coronavírus, a força-tarefa Ação Conjunta da Saúde estuda voltar a fiscalizar a rede pública de Saúde do Distrito Federal.

Formada por diferentes instituições, a Ação Conjunta mapeou e denunciou uma série de falhas na rede de assistência à população brasiliense durante a primeira fase da pandemia, revelando dramas de pacientes e de servidores públicos que atuam na linha de frente de combate à Covid-19.

Segundo a presidente da Comissão de Direito à Saúde, da seccional DF da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Alexandra Moreschi, o retorno ou não será definido em reunião marcada para quarta-feira (9/11).

“Provavelmente, se ficar comprovada essa nova onda da pandemia, a gente entende que é pertinente mesmo a nova atuação da Ação Conjunta. Isso vai depender da deliberação de todas as entidades. Mas eu acredito que vai ser interesse de todos a gente estar atuando novamente”, disse Moreschi.

Na avaliação de Moreschi, a eventual volta das ações de fiscalização será mais complexa, pois a Secretaria de Saúde sinaliza a intenção de descentralizar os atendimentos para as Unidades Básicas de Saúde (UBS). “A gente vai precisar de muito mais braços do que da forma como atuamos na primeira onda, quando tinham só os hospitais de referência”, explicou.

Nesse sentindo, o grupo aguarda a apresentação do novo plano oficial de ação do Governo do Distrito Federal (GDF).

Preparação

“Eu acho que é imprescindível a gente começar a preparação para a segunda onda, considerando que a primeira foi avassaladora. Graças a Deus, nós temos o Sistema Único de Saúde (SUS)”, comentou a representante da OAB-DF.

Assim, apesar dos problemas, Moreschi elogiou a rede pública do DF e a atuação do secretário de Saúde, Osnei Okumoto. “A antiga gestão queria jogar toda a responsabilidade para o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF)“, ponderou.

A pasta era conduzida por Francisco Araújo, exonerado após denúncia no âmbito da Operação Falso Negativo, que prendeu ele e outros integrantes da antiga cúpula da Saúde do DF por supostas irregularidades na compra de testes para detecção da Covid-19. Ao todo, 15 pessoas viraram rés na ação penal decorrente da Falso Negativo.

Para Moreschi, caso as UBS e os postos de saúde se tornem os eixos de atendimento no combate aos casos de Covid-19 a partir de agora, é necessário capacitar e treinar os servidores para acolhimento e tratamento de pacientes com o novo coronavírus.

“Esses profissionais, na primeira onda, não atenderam a população. A gente tinha os profissionais nos hospitais, que eram porta de entrada. Agora, [os servidores das UBS] precisam ser treinados para saber o que fazer e o que não fazer”, assinalou.

Ela destaca a necessidade de garantir acesso e salas privativas para o atendimento de casos de Covid-19, afinal, pacientes com outras doenças e lesões buscarão atendimento na rede primária de saúde. Na primeira fase da pandemia, foi recorrente a falta de separação. Outra providência destacada por Alexandra Moreschi é a formação de equipes exclusivas para acolhimento e tratamento de pacientes com o novo coronavírus e outras dedicadas aos demais atendimentos.

EPIs

Ainda de acordo com a presidente da Comissão de Direito à Saúde da OAB -DF, o governo deve montar um planejamento para não haver falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) e garantir limpeza adequada das unidades de saúde, problemas recorrentes no começo da pandemia.

“No patamar que nós estamos, é inconcebível essas situações voltarem a ocorrer”, alertou. “É necessário ainda ter um fluxo de transferência. No começo da pandemia, tivemos muitos problemas de pessoas que não conseguiram ser transferidas para as UTIs por falta de ambulâncias para fazer o traslado”, pontou Moreschi.

Antes mesmo da ameaça da 2ª onda, a Ação Conjunta estudava novas ações para enfrentar outros problemas da rede pública de saúde do DF. Ao final do primeiro ciclo de fiscalização, a força-tarefa publicou um relatório sobre a rede.

Confira a íntegra do documento:

Relatório final dobre a inspeções no DF by Metropoles on Scribd

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