Com aumento de R$ 24 mi em repasses, Iges-DF vai contratar 700 pessoas
Revendo contratos com a Secretaria de Saúde e gastos na pandemia, repasses para instituto saltam de R$ 84 milhões para R$ 107 milhões
atualizado
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Com a previsão de abertura de sete novas unidades de pronto atendimento (UPAs), o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) abriu processo de contratação para 700 novos profissionais. Em busca do reequilíbrio nas contas, a instituição passou a receber mais verba da Secretaria de Saúde. Em 2021, os repasses mensais saltaram de R$ 83 milhões para R$ 107 milhões.
O presidente do Iges-DF, Gilberto Occhi, apresentou as duas informações em reunião remota na Comissão Especial Covid-DF, no Congresso Nacional, nesta segunda-feira (26/4). Segundo o Occhi, o aumento dos repasses é resultado da atualização dos contratos, considerando também os gastos com a pandemia de Covid-19. O aumento começou em abril. O Iges receberá os valores retroativos aos meses anteriores até janeiro de 2021.
Para o gestor, o incremento é necessário para sanar as dívidas de R$ 250 milhões no caixa do instituto, com a Saúde e fornecedores. Os valores não pagos serão abatidos da dívida do Iges com a pasta da Saúde. Segundo Occhi, as novas UPas só serão inauguradas com a garantia de orçamento e pessoal para o atendimento da população. Caso tudo ocorra como previsto, elas deverão ser inauguradas nos próximos meses.
Inscrições abertas
Ainda no contexto da pandemia, Occhi destacou o início do processo de contratação de 700 profissionais de saúde para montar as equipes das novas UPAs e reforçar as demais unidades do Iges-DF.
A seleção vai contratar profissionais para 32 cargos. As inscrições pode ser feitas no link. As inscrições estão abertas até 30 de abril. Os salários variam entre R$ 1.520,00 até R$13.300,00. Vale-transporte e alimentação estão inclusos nos contratos.
Confira o detalhamento das vagas:
Gestão preocupa
A Comissão Especial Covid-DF no Congresso mostrou grande preocupação com recentes problemas no Iges-DF, a exemplo de desabastecimento de insumos, denúncia de uso irregular de cartões corporativos e déficit no quadro de pessoal. O Iges está com as contas no vermelho, mesmo tendo recebido diversos aditivos em 2020.
Na reunião desta segunda, coordenada pelo senador Izalci Lucas (PSDB), os membros da comissão criticaram a mudança do perfil dos leitos dos novos hospitais de campanha do Distrito Federal. Inicialmente, seriam unidades de terapia intensiva (UTI). Mas o governo decidiu adotar unidades de Cuidados Intermediários (UCIs). Para o grupo, a rede pública precisa dos leitos de UTI.
Os parlamentares do Congresso também cobraram transparência nas emendas destinadas para o DF, bem como os recursos da União. São R$ 200 milhões em emendas e R$ 830 milhões em repasses federais.
Participaram da reunião a deputada federal Paulo Belmonte (Cidadania); o deputado distrital Leandro Grass (Rede); o presidente do Sindicato dos Médicos (Sindmédico-DF), Gutemberg Fialho; e a presidente do Sindicato dos Enfermeiros (SindEnfermeiro-DF), Dayse Amarílio. Occhi afirmou que existem mais 50 processos de auditoria em andamento no Iges. Segundo ele, todos os contratos estão em análise.