Com academias fechadas, movimento no Parque da Cidade cresce 40%
O aumento é decorrente dos efeitos do decreto do GDF, que proíbe, por 15 dias, o funcionamento de diversos locais na capital do país
atualizado
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A recente decisão do Governo do Distrito Federal de fechar academias no DF pelo período de 15 dias levou os praticantes de exercícios físicos a buscar outros lugares. O Parque da Cidade, por exemplo, registrou aumento de 40% . O cuidado principal, no entanto, deve ser com as aglomerações.
A advogada Amanda Holanda, 22 anos, por exemplo, diz ter se desesperado ao saber do decreto. Acostumada a fazer o treino na academia, ela não viu outra saída que não fosse ir ao Parque da Cidade. “É uma necessidade, eu não conseguiria ficar sem treinar. Fiquei muito ansiosa”, afirma.
Com a vida parada, uma vez que a cerimônia de entrega da carteirinha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi adiada e o escritório em que ela trabalharia está em regime de home office, Amanda vê nos treinos uma maneira de se manter ativa. “Se não fosse isso, ia ter que ficar em casa o dia inteiro”, conta.
Os exercícios são feitos na companhia do namorado e personal trainer, Júlio Cesar Paiva, 22. Ele relata que o fechamento das academias aumentou a demanda por aulas em domicílio, mas ele também prefere não se arriscar. “Por enquanto, só dou aula para ela mesmo. É melhor esperar um pouco tudo isso passar”, explica.
Como forma de ajudar os alunos, ele disponibiliza em seu perfil no Instagram aulas possíveis de serem feitas em casa. “Vou colocar durante esses 15 dias do decreto. Fica até mais fácil para mim também, que não preciso atender individualmente a toda hora”, diz.
Apesar de estar ao ar livre ser um diferencial positivo no exercício, o medo de contrair o novo coronavírus continua presente. “A gente trouxe nosso próprio equipamento e álcool em gel também para limpar tudo”, diz Júlio.
Quem também precisou buscar o parque para se exercitar foi a secretária-executiva Ludmila Malcher, 40. Acostumada a frequentar a academia na hora do almoço, ela precisou abandonar o hábito. “Estou tentando manter a normalidade. Fiz minha caminhada e um alongamento antes de voltar para o trabalho”, conta.
Para evitar contaminação, ela se preveniu e levou a própria garrafa de água e álcool em gel. “Quando terminar tudo eu limpo minhas mãos. Além disso, tenho evitado ficar muito próximo das outras pessoas”, afirma.
O aposentado Eduardo da Silva, 60, sempre buscou o parque para se exercitar. Acostumado a dar voltas inteiras no local, ele diz ter percebido aumento no público. “Mesmo assim, ainda está tranquilo. Não fica muito lotado”, avalia.
Ciente do aumento de circulação de pessoas no Parque da Cidade, a administração diz já estar tomando medidas para atender todos os novos e velhos frequentadores. “A preocupação primordial é com a higiene. Demos um suporte maior nos banheiros e estamos aguardando a chegada de mais álcool em gel”, afirma o assessor da administração, Carlos Alberto Bougleux.
Segundo ele, só nos primeiros dois dias de decreto, já foi observado um aumento de 30% a 40% na demanda do parque. “Muitas áreas, principalmente com equipamentos, estão com rotatividade grande, por causa de aulas de personal trainer”, avalia.
Cuidado é com aglomeração
De acordo com Werciley Júnior, infectologista e coordenador de Controle de Infecção do Hospital Santa Lúcia, as atividades físicas em parques, desde que realizadas com a companhia de poucas pessoas, não apresentam risco. “Uma caminhada com cada um afastado não tem problema algum”, diz.
O cuidado com os equipamentos públicos, no entanto, precisa ser grande. “O ideal é levar um álcool em gel, lavar bem as mãos e levar a própria garrafa de água, para evitar contato da boca também com bebedouros”, completa.