Com academias fechadas, empresário cria campanha para manter atividades
Setor enfrenta crise sem precedentes causada pela pandemia do novo coronavírus. Já são 40 estabelecimentos comerciais fechados no DF
atualizado
Compartilhar notícia
Enfrentando uma crise sem precedentes desde que foram obrigados a paralisar as atividades há três meses, proprietários de academias do Distrito Federal estão buscando alternativas para garantir a continuidade dos negócios, mesmo durante o enfrentamento ao novo coronavírus.
Dono de uma academia de artes marciais em Samambaia, Gilvan Rodrigues, criou uma campanha onde consegue arrecadar dinheiro para quitar os débitos do estabelecimento comercial e ainda ajuda brasilienses que também foram atingidos pela pandemia.
Com as camisetas custando R$ 40, mais 1kg de alimento, Rodrigues conseguiu pagar as contas de luz, água e aluguel, além de ajudar alguns de seus funcionários. De quebra, o empresário ainda arrecadou alimento para pessoas carentes.
“A gente vai tentando se virar. Nessa campanha, o aluno comprava a camiseta por R$ 40 e doando a partir de 1kg de alimento. Ao mesmo tempo, ajuda a academia com as vendas das camisetas e quem mais precisa com os produtos doados”, explica.
Rodrigues estima que a renda do negócio caiu 85% com a paralisação das atividades durante a pandemia. “É o jeito que temos encontrado: fazer promoções em planos, isenção de matrícula, meses de aulas grátis. Vamos nos virando”, disse.
Setor impactado
Matéria do Metrópoles revelou que 40 academias do DF já encerraram as atividades em função da crise gerada pela Covid-19. Além disso, 4,5 mil profissionais do setor foram demitidos. A previsão do sindicato que representa a categoria é de que mais 5 mil colaboradores sejam dispensados até o fim de junho.
Presidente do Sindicato das Academias do DF (Sindac-DF), Thaís Yeleni entende que o setor tem condições de controlar a disseminação da Covid-19.
“Primeiro, porque quase todo mundo que se dirige a uma academia vai a pé ou em carro próprio, ou seja, não terá saído de transporte público cheio. Outro fator é que conseguimos medir a temperatura e limitar a quantidade de alunos”, explica.
Thaís destaca que somente 8% das academias, normalmente as maiores, trabalham com planos anuais, o que dá sobrevida neste período de crise. “A grande maioria é de pequeno porte, em que a pessoa paga mensalmente”, frisa.
Na tentativa de sensibilizar o GDF, o Sindac-DF prometeu que seus filiados seguirão à risca a seguinte cartilha:
Já o presidente do Conselho Regional de Educação Física do Distrito Federal (Cref-DF), Patrick Aguiar, afirma que está em contato com o GDF para que as academias possam voltar a funcionar. “Obviamente nossa vontade é do retorno, mas sem colocar em risco os alunos ou os profissionais”, pondera.
Para Aguiar, a falta de perspectiva de reabertura é o que mais gera insegurança nos empresários do ramo. “O governo não traz solução para o nosso segmento. O auxílio emergencial vai acabar e os professores vão fazer o que depois disso?”, questiona.