Com a campanha #NomeiaMarciaReitora, UnB cobra “respeito à democracia”
Entidades da Universidade de Brasília exigem que o presidente Jair Bolsonaro siga o resultado das eleições e garanta a reitora no cargo
atualizado
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Servidores da Universidade de Brasília (UnB) reuniram-se, na manhã desta quarta-feira (11/11), para impedir interferências na nomeação da reitoria da instituição. Representantes de associações exigem a nomeação, por parte do governo federal, da reitora Márcia Abrahão, reeleita como a candidata mais votada por alunos, professores e funcionários da UnB.
O Conselho Universitário votou a instalação do “estado de mobilização” pela nomeação de Márcia Abrahão, na última sexta-feira (6/11). Nesta quarta, os organizadores lançaram a campanha #NomeiaMarciaReitora, exigindo que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) siga a escolha a partir da lista tríplice, uma tradição em universidades e institutos federais.
“Não existe cenário possível em que a Universidade de Brasília aceite a nomeação de um interventor”, afirmou Jacques de Novion, presidente da Associação dos Docentes da UnB (ADUnB). “A própria história da instituição de respeito à democracia e combate ao autoritarismo deixa isso bem claro”, destacou.
O prazo para nomeação do regente da universidade encerra-se em 22 de novembro. Segundo Luiz Araújo, diretor da ADUnB, a mobilização continuará até que a autonomia da instituição, prevista no texto constitucional, seja respeitada. “Das 15 nomeações feitas em 2020 por outras instituições federais, o presidente acatou a decisão de somente uma”, alertou o dirigente da entidade.
Veja imagens da manifestação:
Apesar dos embates entre o governo federal e as universidades e institutos federais públicos, Araújo se mostra confiante na sequência democrática na UnB. “Três dos quatros candidatos da nossa lista firmaram pacto de não aceitar a nomeação, caso não fossem eleitos pelo voto popular”, ressaltou.
Para o coordenador executivo do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Edmilson Lima, qualquer intervenção seria descabida. “Seguimos todos os protocolos e exigências, então, queremos que a escolha da universidade seja respeitada”, disse. “Por causa da pandemia, não mobilizamos muita gente. O nosso foco será na divulgação do movimento nas mídias”, explicou.
Um novo ato está previsto para 18 de novembro, mas a manifestação deverá ocorrer na Praça dos Três Poderes.