Com 90% das vendas paradas, produtores trituram flores estocadas
Devido à crise do coronavírus, empresários do ramo estão com mercadorias paradas. Setor emprega 3,5 mil pessoas
atualizado
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Sem as vendas da Páscoa, do Dia Internacional da Mulher e com a falta de eventos no Distrito Federal, como casamentos e festas, as floriculturas do DF começam a triturar sua produção. O mercado, que movimenta R$ 200 milhões ao ano e emprega 3,5 mil pessoas, está quase sem demanda devido às ações para o combate ao novo coronavírus.
Dados do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas, Gêneros Alimentícios, Frutas, Verduras, Flores e Plantas do DF (Sindigêneros) estimam queda de 90% nas vendas das floriculturas do DF.
De acordo com o presidente em exercício do sindicato, Joaquim Santos, os produtores de flores do DF estão triturando parte da produção por não terem demanda.
“O segmento de flores está sendo o mais afetado do nosso sindicato. Se o governador decretar a abertura do comércio de flores amanhã, pouco vai adiantar, porque o foco das floriculturas são as igrejas, casamentos, eventos corporativos. A venda de flores mesmo é só um complemento. Vamos vender para quem? As lojas estão abertas e o público está em casa”, desabafou Santos.
Segundo Joaquim Santos, os impactos do novo coronavírus no comércio são preocupantes. O presidente do Sindigêneros admite que a falta de investimento do segmento em tecnologia é um ponto negativo durante a crise. “A maioria dessas lojas não tem sistema de vendas on-line”, diz Joaquim.
Segundo Santos, o Sindigêneros intensificou a publicidade para atrair clientes. “A preocupação da maioria das pessoas é com a alimentação. Mas defendemos que a flor também é alimento, só que da alma”, completa.
O funcionamento de todo o comércio e indústria no DF – exceto bares, restaurantes e academias – será liberado a partir de 3 de maio. Além disso, um decreto será publicado para tornar o uso de máscaras obrigatório no Distrito Federal.