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Com 41% das mortes por Covid-19, Ceilândia, Gama, Brazlândia e Samambaia não têm vagas em UTI

Entre unidades de cuidado intermediário e tratamento intensivo do DF, 77,54% dos leitos estão ocupados, segundo dados do governo

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Leito de UTI com paciente
1 de 1 Leito de UTI com paciente - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A ocupação dos leitos das unidades de tratamento intensivo (UTI) e cuidado intermediário (UCI) da rede pública no Distrito Federal, para o tratamento do coronavírus, chegou a 77,54% na manhã desta quarta-feira (15/7). No total, o sistema conta com 654 espaços específicos para cuidar dos infectados. Desses, 137 estavam vagos até as 9h09, segundo dados da Sala de Situação da Secretaria de Saúde.

Os 654 leitos contados pela pasta incluem UTIs de hospitais privados reservadas por lei para o sistema público. São 23 unidades hospitalares, sendo que sete estão com a lotação esgotada, entre UTIs e UCIs: Hospital de Campanha do Mané Garrincha, Hospital Regional de Ceilândia, do Gama, de Brazlândia, de Samambaia e HOME.

Chama a atenção o fato de que Ceilândia (201), Samambaia (91), Gama (54) e Brazlândia (18) reúnem 41,34% das mortes pela doença no Distrito Federal: são 365 no total. As mesmas cidades têm 19.188 casos da Covid-19 dos 73.654 registrados no DF. Ou seja, 26,05% ou mais de um quarto dos infectados estão nessas regiões administrativas.

No caso da rede privada, a ocupação para contaminados com o coronavírus chega a 94,07%. Dos 253 leitos, há somente 12 vagas. As informações também são da Secretaria de Saúde, com a última atualização às 9h39 desta quarta (15/7). Considerando as duas redes, o índice de ocupação é de 83,57%: dos 907 leitos direcionados a pessoas com a Covid-19, 149 estão disponíveis.

O governador Ibaneis Rocha (MDB) tem lembrado que o número de leitos de UTI e UCI vai aumentar nos próximos dias, mas isso não significa que a população deva deixar os cuidados de lado. Segundo o chefe do Executivo local, a cidade vai chegar ao fim de julho com 800 unidades. Mas se as pessoas não se cuidarem, não vai haver quantidade de leitos para todo mundo que se expuser ao vírus.

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Números

No último sábado (11/7), o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência para o tratamento do novo coronavírus no DF, atingiu 100% de ocupação dos leitos de UTI. Nessa terça, a situação não é muito melhor: dos 20 leitos de UTI para atender os pacientes mais graves infectados com a doença, 19 estão ocupados.

A situação seguiu perigosa no domingo (12/7). A cidade amanheceu com oito hospitais sem nenhum leito de UTI destinado a pacientes com Covid-19 disponível.

Além do Hran, os hospitais regionais de Ceilândia (HRC) e de Samambaia (HRSam) também não conseguiam mais internar pacientes que necessitavam de uma UTI naquele dia. No Plano Piloto, o Hospital de Campanha, montado no Estádio Nacional Mané Garrincha, o Hospital Universitário de Brasília (HUB) e o Hospital Ortopédico de Medicina Especializada, na Asa Sul, estão na mesma situação. O Hospital São Mateus, no Cruzeiro, e o Hospital São Francisco, em Taguatinga, também atingiram 100% da internação em leitos específicos para Covid-19.

Chamam a atenção os dados também de casos e mortes em Ceilândia. A cidade ultrapassou a marca dos 200 falecimentos por coronavírus nessa terça-feira (14/7). Ao todo, 188 óbitos são contabilizados na cidade e outras 13 na região do Pôr do Sol, totalizando 201 vítimas da doença. O número representa mais que o dobro de fatalidades em relação à Samambaia, segunda cidade em número de pessoas que perderam a vida para a Covid-19, com 91.

Em relação ao número de casos confirmados, Ceilândia também se aproxima da marca dos 10 mil infectados. Até o momento, foram 9.717 testes positivos para a doença, segundo a Secretaria de Saúde do DF.

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