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Pais temem volta às aulas: 23% dos alunos são do grupo de risco da Covid-19

Pesquisa ouviu pais de estudantes de escolas públicas e particulares do DF e constatou medo entre aqueles com crianças mais vulneráveis

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1 de 1 criança estudando - Foto: Eduardo Parra/Europa Press via Getty Images

Responsáveis e pais de alunos do Distrito Federal ainda se perguntam como será o retorno das aulas, uma vez que as atividades começam a ser retomadas na capital do país. Uma das maiores preocupações é para quem tem filhos com doenças crônicas e integram o grupo de risco do novo coronavírus.

Em pesquisa realizada pelo Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe) com cerca de 34 mil pessoas, um dado chama a atenção: 23,2% dos entrevistados disseram que o filho está em algum grupo de risco. Foram ouvidos pais de estudantes das redes pública e particular de ensino.

O Conselho de Educação do DF já sinalizou de maneira a tranquilizar as famílias. Em uma das recomendações divulgadas no Diário Oficial nessa quinta-feira (21/05), os membros do órgão aconselham que seja adotado regime domiciliar para aqueles que testarem positivo para o novo vírus ou que estejam entre os mais vulneráveis à contaminação por ele.

Conforme ressalta Alexandre Veloso, presidente da Associação de Pais e Alunos do DF (Aspa-DF), essa já era uma reivindicação da entidade. Ele espera que as escolas tomem atitudes para saber qual é a parcela de alunos que se encontram nessa situação.

“As instituições escolares estão muito preocupadas com a volta, mas não têm um levantamento de quantos alunos com doenças crônicas estão matriculados”, afirma. Para Veloso, é importante que as autoridades de saúde tenham conhecimento da quantidade de discentes em grupo de risco, a fim de balizarem as políticas públicas.

Com dois filhos com doença falciforme, portanto, no grupo de risco da Covid-19, o servidor público Emerson Souza, 46 anos, diz haver uma dúvida muito grande sobre como as escolas incluirão os estudantes com o mesmo perfil nas dinâmicas em sala de aula, quando elas retornarem, sem colocá-los em risco.

Assista: 

Mulher de Emerson Souza, a professora Fernanda Simões, 46 anos, considera ser ideal que os filhos não voltem às aulas presenciais neste ano. “Por mais que chegue em casa e tenha todos os cuidados não dá para garantir que, depois de tanto tempo sem aula, as crianças não vão se encostar”, pondera. Ela prefere que o retorno às salas de aula se dê quando os casos de coronavírus no DF estiverem totalmente sob controle.

“O que a gente quer mesmo é um programa separado de ensino para essas crianças. Caso as escolas não ofereçam isso, o jeito é comprar face shield, máscara, luva…”, afirma.

Já Ana Cristina da Silva, 37, é ainda mais taxativa: o filho dela que sofre de asma alérgica não volta para a escola nem se essa for a única opção. “Eu prefiro perder o ano a perder meu filho”, resume.

Ana Cristina considera impossível qualquer instituição escolar garantir que todas as crianças lavem as mãos após irem ao banheiro e que usem as máscaras da maneira correta. “Estou com muito medo. Se não tiver segurança, meu filho não sai de casa”, conta.

A própria Secretaria de Educação do DF fez uma pesquisa sobre o assunto e percebeu que três em cada 10 servidores que trabalham em escolas públicas são vulneráveis à Covid-19. Os colégios contam com 42.050 profissionais efetivos e temporários e, segundo estimativa da pasta, 15 mil trabalhadores têm mais de 60 anos ou são pessoas com doenças preexistentes, como hipertensão e diabetes –, que podem agravar o quadro de pacientes com Covid-19.

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Atualmente, o decreto vigente assinado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) prevê a reabertura das instituições de ensino em 1 de junho. Apesar disso, o chefe do Executivo local anunciou que agosto o “agrada”. O atual decreto ainda não foi revogado.

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