Com 18 mil mortes, 2020 se torna o ano mais letal da história do DF
Número de mortes na capital do país aumentou 43% em relação a 2019. Principal causa de óbitos foi relacionada a doenças respiratórias
atualizado
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A pandemia do novo coronavírus, que atingiu em cheio o mundo e causou a morte de mais de 215 mil pessoas no Brasil, transformou 2020 no ano mais letal da história do Distrito Federal. Desde o início da série histórica das Estatísticas Vitais de Óbitos do Registro Civil, em 1999, nunca morreram tantos cidadãos da capital do país em um só ano.
Além disso, segundo o estudo, nunca houve uma variação anual de óbitos tão grande como a ocorrida no comparativo entre 2019 e 2020. Foram registradas 18.354 mortes no ano passado, 43,8% a mais que no ano anterior, que ficou em 12.761, superando a média histórica de variação anual no DF que era, até 2019, de 4,1% ao ano.
Os dados são do Portal da Transparência, administrado pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil). Há chances de o número de óbitos ocorridos em 2020 aumentar ainda mais, já que pode existir um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o registro oficial, além do posterior envio dos dados por parte de cartórios à Central de Informações do Registro Civil (CRC Nacional).
Pandemia na capital
Até a sexta-feira (22/1), a Covid-19 havia tirado a vida de 4.460 moradores da capital. No entanto, a pandemia trouxe, também, reflexo em outras doenças. Foi o caso das mortes causadas por doenças respiratórias, que cresceram 53,9% na comparação entre 2019 e 2020, passando de 5.976 para 9.200.
Entre as ocorrências desse tipo, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), muito associada ao coronavírus, explodiu, com crescimento de 63,4%. Mortes por causas indeterminadas tiveram aumento de 3,7%. Já entre os óbitos ocasionados por doenças cardíacas, a comparação aponta um aumento de 1,3%, passando de 3.253 para 3.298.
Dentre as doenças do coração, o registro que mostrou maior crescimento foi o de falecimentos por causas cardiovasculares inespecíficas, que subiu 4,4% entre os anos.