Com 1.040 acidentes em rodovias federais em 2020, DF perdeu R$ 137 milhões
Levantamento feito pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) leva em consideração diversos fatores que envolvem as ocorrências
atualizado
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Um levantamento divulgado nesta semana pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) estima que o custo dos 1.040 acidentes no ano de 2020 em rodovias federais que cortam a capital do país foi de R$ 136,99 milhões. Ao todo, houve o registro de 39 mortes.
O cálculo é feito baseado em uma metodologia do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Conforme explica o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, são levados em conta diversas variáveis.
“Perdas materiais: quando o carro bate no poste, por exemplo, o custo de reposição é levado em conta. Outra situação é de uma pessoa vai para o hospital público e precisa de uma cirurgia”, diz.
Custos que podem ser considerados como “indiretos” também entram na conta. “Se a pessoa fica três meses sem trabalhar por causa de uma recuperação, a gente soma o tempo que ela ficou sem produzir. No pior caso, de uma morte, também calcula quanto tempo faltava para aposentar e quanto isso afeta na arrecadação”, destaca.
Separado por tipo de ocorrência, o estudo considera como de maior gasto acidentes com vítimas, mas sem mortes: R$97.456.340,98. Logo depois, vêm os casos com mortes – R$ 32.776.054,06 – e, por fim, aqueles sem vítimas – R$6.759.877,47.
A grande diferença se dá pelo número de acidentes e mortes ocorridos nas rodovias federais ao longo de 2020. Enquanto que o primeiro se manteve estável, o segundo teve redução drástica. “Foram 1.089 acidentes em 2019 contra 1.040 no ano passado, diferença irrisória. Os óbitos, no entanto, caíram de 52 para 39”, destaca Bruno. É o melhor resultado dos últimos 13 anos.
Pandemia contribuiu com redução
Conforme o diretor-executivo da CNT, o resultado se explica mais pela pandemia de Covid-19 que por ações governamentais. “Com menos carros nas ruas, tivemos menos acidentes com mortes. Foi um ano atípico, com poucas pessoas saindo de carro para trabalhar. O DF tem uma característica muito única de funcionalismo público, e muitos até hoje estão em home office”, diz.
Para ele, uma forma de evitar ainda mais mortes seria voltar a realizar campanhas em massa de educação no trânsito. “Não pode ser só na data comemorativa, que fica algo mais simbólico que efetivo. Tem de haver uma conscientização desde o ensino fundamental, algo que vem se perdendo nos últimos anos”, lamenta.
Veja os dados:
O que diz o Dnit
Procurado, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que “emprega uma abordagem que envolve engenharia, educação e aplicação das leis”.
Na área de engenharia, o órgão diz que os projetos de implantação e manutenção das rodovias federais têm por premissa “a segurança e o conforto dos usuários”. Isso, segundo a nota enviada ao Metrópoles, “se traduz em obras de duplicação, eliminação de pontos críticos” e outros.
Do ponto de vista da educação, o foco é em “ações educativas nas rodovias e nas escolas localizadas próximo à rodovias. Também participa de campanhas como o Maio Amarelo, Semana Nacional do Trânsito e blitz educativas”.
Por fim, do ponto de vista da aplicação das leis, o DNIT “fiscaliza excesso de velocidade e de peso nas rodovias federais sob sua administração.”