Colégio Militar dos Bombeiros proíbe duplas do mesmo sexo em quadrilha junina
No documento, o Colégio Militar Dom Pedro II asseverou que não autoriza “dança com alunos do mesmo sexo”
atualizado
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O Colégio Militar Dom Pedro II preparou um documento proibindo que duas pessoas do mesmo gênero formem par na hora de dançar quadrilha nas festas juninas deste ano. A ação foi vista como discriminação por estudantes que denunciaram a iniciativa à Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF).
No texto, o colégio define a importância das festividades para valorizar a cultura e a tradição. Na parte “atribuições dos coordenadores”, o documento orienta que, em caso de uma desigualdade de gênero em uma turma, seja realizada coreografia solo para apresentação.
“Não será autorizado dança com alunos do mesmo sexo”, indica o texto. “Atentar se na turma tiver casais do mesmo sexo fazer dança com coreografia solo na encenação”, conclui.
O documento também passa as diretrizes de horários, vestimentas e temáticas que devem ser abordadas para os alunos dos 1º, 2º e 3º anos.
Leia o trecho do comunicado:
O coordenador do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da DPDF, Ronan Figueiredo, destacou que houve ação semelhante em anos anteriores. De acordo com ele, a defensoria deve expedir uma recomendação ao colégio na próxima semana, questionando a atitude.
O Colégio Militar Dom Pedro II é uma escola pública, gerida pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, e os alunos podem ingressar na instituição a partir de provas seletivas.
Após a publicação do texto, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), que administra a instituição, respondeu que o comunicado se trata de um planejamento que não foi executado. Mesmo com o Metrópoles ter entrado em contato desde terça-feira (4/6), o Colégio Militar Dom Pedro II destacou estar “surpreendido” com a notícia.
Veja nota na íntegra:
“Surpreendem-nos as notícias sobre uma possível discriminação no Colégio Militar Dom Pedro II, instituição que trabalha para eliminar qualquer discriminação entre seus quase 4.000 alunos.
Em relação às atividades culturais mencionadas, o CMDP II realiza eventos com a participação de todos os alunos, pais e colaboradores. Nos dias 8, 14 e 15 de junho, ocorrerá a tradicional “Festa das Regiões”, que envolve mais de 12.000 pessoas e celebra a cultura das cinco regiões do Brasil.
Ressaltamos que a escolha das danças culturais foi feita pelos próprios alunos, com suporte do CMDP II, garantindo liberdade de escolha dentro dos princípios institucionais. A dança típica do forró, por exemplo, foi uma decisão dos alunos, destacando-se pela formação de pares e valorização da cultura nordestina. Ressaltando que não houve formação completa de pares, tendo em vista que o número de alunos homens foi inferior ao número de alunas mulheres na respectiva série. Uma realidade em que diante da situação as alunas que estavam desacompanhadas desenvolveram o treinamento da dança com outras alunas, sem problema algum. Tudo tendo em vista o escopo cultural e pedagógico do evento.
O CMDP II nunca emitiu nenhuma diretriz discriminatória, pelo fato de que possuímos meio formal para informações à comunidade como a plataforma Escolaweb, e nunca houve nenhum documento com tais orientações.
Os alunos menores do CMDP II, em desenvolvimento, são protegidos integralmente, respeitando as leis e regulamentos.
Destacamos o respeito, a liberdade, a família e a comunidade como valores essenciais. Não há vínculo entre nossas atividades e discriminação de qualquer ordem.
O print que aparece na matéria do Metrópoles, não se trata de um documento oficial, é apenas parte de um planejamento que não foi executado”.