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Codeplan: Distrito Federal tem quase 3 mil pessoas em situação de rua

A pesquisa foi realizada pela Codeplan, por órgãos do poder Executivo local e por movimentos que atuam em prol de pessoas em situação de rua

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A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) estima que quase três mil pessoas vivem em situação de rua na capital federal. Segundo o levantamento inédito, das 2.938 pessoas identificadas na situação, 244 são crianças ou adolescentes. Desses menores, 42,7% são do sexo masculino e 52,4%, do sexo feminino.

As informações foram fornecidas pelos pais ou responsáveis dos pequenos que afirmaram, ainda, que 37,7% das pessoas nesse grupo são pardas e 34,0%, indígenas. Além disso, 42% estão matriculados na escola e 40,7% nunca frequentaram a instituição.

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A pesquisa é uma parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social do DF (Sedes) e com movimentos sociais, que atuam em prol das pessoas em situação de rua. Teve apoio da Secretaria de Economia (SEEC), da Câmara Legislativa do Distrito Federal e é o mais abrangente estudo sobre a população vulnerável do DF em 12 anos.

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Perfil dos adultos

Além do perfil dos menores, o estudo também levantou informações sobre características da população adulta. A pesquisa mostra que, no universo das pessoas identificadas em situação de rua, 80,7% são homens, já 19,3% são mulheres. Do total de pessoas entrevistadas, 92,7% afirmaram ser heterossexuais, 1,9% gays, 1,7% lésbicas.

Além disso, quase 90% se autodeclararam pardos, pretos ou indígenas, e 14,7% se autodeclararam brancos.

Quanto a ocupação, mais da metade catam latinha para viver,  cerca de 53,8% dessa população. Outros declararam lavar ou cuidar de carros, vender produtos em semáforos ou simplesmente pedir.

Além disso, 41% afirmaram ter ficado pelo menos 24h sem comer na semana da pesquisa.

Migrantes

Mais da metade da população em situação de rua no Distrito Federal, no entanto, vieram de outros estados, cerca de 51,7%. Aos pesquisadores, essas pessoas informaram que a migração se deu pelo procura de emprego, para acompanhar a família, buscar ajuda do governo ou para realizar tratamento de saúde. Apenas 47,2% afirmaram ser do DF.

Tempo na rua

O levantamento também chama atenção para o tempo que essas pessoas estão em situação de vulnerabilidade social. Dos entrevistados, 46,3% afirmaram estar na rua há pelo menos mais de cinco anos, enquanto que 38,2% disseram estar na condição durante a pandemia, ou seja, há 2 anos ou menos. Outros 14,2% declararam que foram entre 1 e 2 anos e 24%, no último ano. Do total de pessoas, 3,9% não sabem ou não responderam.

A maior parcela das pessoas que se encontrava em situação de rua em fevereiro 2022 estava na faixa etária entre 31 a 49 anos.

Localização

A pesquisa traz um levantamento das regiões administrativas com o maior número de pessoas vivendo nas ruas. Entre elas, estão: Plano Piloto (com 728), São Sebastião (385), Ceilândia (370), Taguatinga (351), entre outras.

Na outra ponta, entre as cidades com menos moradores de rua, estão Riacho Fundo II (1), Lago Norte (4), Jardim Botânico (5), Park Way (6) e Cruzeiro (7). Não foram encontradas pessoas sem moradia no Varjão e Fercal.

O estudo aponta ainda que só foram localizadas pessoas em situação de rua nas áreas urbanas, apesar das buscas feitas em zonas rurais do DF.

Ao questionar a população vulnerável quanto aos lados positivos e negativos das ruas, cerca de 55,7% dos entrevistados disseram que não há lados positivos. Apenas 24% viram benefícios como independência.

Em relação aos lados negativos, 40,7% sentem medo ou insegurança; 18,7% se sentem discriminados; e 18% atribuem o pior a estar sujeito ao clima, passando períodos de chuva e frio. Sete entre 10 entrevistados querem sair das ruas.

Os dados foram coletados em fevereiro de 2022, em todas as 33 regiões administrativas do Distrito Federal. Nenhum lugar ficou de fora do radar da coleta, o que inclui espaços públicos, serviços de acolhimento e comunidades terapêuticas. Classificou-se como pessoa em situação de rua aquele ou aquela que respondesse que dormiria ou tinha dormido pelo menos uma vez nos últimos sete dias na rua ou em um serviço de acolhimento.

De acordo com o GDF, o objetivo da pesquisa é diagnosticar o perfil das pessoas em situação de ruas no DF para melhor atendê-la. A iniciativa contou ainda com parcerias institucionais, como o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e a Fundação Oswaldo Cruz em Brasília (Fiocruz).

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