Cobras Naja e Víbora-verde serão transferidas ao Butantan nesta terça-feira
Empresa que vai cuidar do transporte até São Paulo chega ao Zoo de Brasília no fim do dia: instituição do DF não quer manter os exemplares
atualizado
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As cobras Naja kaouthia e Víbora-verde-de-Vogel, apreendidas após investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que apontam Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl como suspeito de tráfico de animais exóticos, serão transferidas para o Instituto Butantan, em São Paulo, no fim da tarde desta terça-feira (11/8).
Os animais estão no Zoológico de Brasília desde o dia 7 de julho. Segundo a assessoria do zoo, o contato com a equipe técnica do Ibama já foi realizado a fim de concluir os trâmites burocráticos para a destinação deles.
“Todos os preparativos para o transporte das serpentes já foram realizados pelo Zoológico de Brasília que, no momento, aguarda o trâmite final de embarque dos exemplares”, informa. O zoológico pretende manter apenas cinco das 13 espécies apreendidas durante a Operação Snake.
Confira imagens dos animais:
Na semana passada, o Zoológico de Brasília havia manifestado o desejo de não ficar com as serpentes. A escolha de animais que integram o plantel do local é feita com base em um documento interno chamado Plano de Populações.
Ele é elaborado pela equipe técnica com propósitos de “conservação, educação e pesquisa, que priorizam espécies da fauna local e espécies contempladas por programas de conservação nacionais e internacionais que dependam de esforços humanos para não serem extintas”.
Segundo o zoo, espécies com alto potencial para educação ambiental e pesquisas científicas voltadas à conservação “também são prioridade para a instituição”. O conceito de apenas realizar a exibição de animais não é avaliado.
A instituição com a maior quantidade de serpentes registradas no país para fins científicos é o Instituto Butantan, referência em pesquisa biológica no Brasil, com 790 indivíduos. É de lá, inclusive, que veio o soro aplicado no estudante brasiliense após ele ter sido picado pela Naja que criava como animal de estimação. Em seguida estão a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, com 271 cobras, e a Universidade Federal da Bahia, com 181.
Desde 2010, mais de mil pessoas morreram por conta de acidentes com cobras no país. Até julho deste ano, DF registrou 97 casos de pessoas picadas por serpentes em 2020.
“Fica, Naja”
Apesar de todas as justificativas, os brasilienses têm se manifestado a favor de poder visitar e conhecer a famosa Naja. A Ouvidoria-Geral do Distrito Federal (Ouv-DF) passou a receber pedidos para que a cobra permaneça em exposição na capital federal. Há solicitações, até, para que seja feita uma vaquinha virtual “para construção de um recinto especial para a mesma”.
Nas justificativas, os cidadãos argumentam que a cobra “será sempre motivo de curiosidade e, inclusive, de orgulho para todos os brasilienses, pois foi por meio dela que todo um esquema de tráfico de animais foi desarticulado pela Polícia Ambiental”, afirma um dos pedidos.
Nas investidas, os moradores do DF também preveem um aumento de visitantes no Jardim Zoológico de Brasília após o fim do período mais crítico da pandemia do novo coronavírus. “Acredito que após o retorno normal das atividades do Zoológico no período pós-pandemia, as visitas ao local aumentarão consideravelmente, o que poderia aumentar também o fluxo de caixa”, completa uma das solicitações.
Contudo, não há mais a possibilidade de permanência da Naja e da Víbora-verde em Brasília. O embarque para São Paulo acontece ainda hoje e a previsão, segundo a assessoria do Butantan, é que elas cheguem ao instituto na manhã desta quarta-feira (12/8).