Clima de comoção na UnB após assassinato de estudante perto do Buriti
Colegas, professores e amigos não conseguem entender a tragédia ocorrida na noite de quinta-feira (7/12)
atualizado
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Amigos, professores e colegas de Arlon Fernando da Silva, 29 anos, estão muito abalados com o crime ocorrido na noite de quinta-feira (7/12), a poucos metros das sedes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário do Distrito Federal. O clima no Instituto de Física da Universidade de Brasília (UnB) é de comoção.
O orientador do doutorando na UnB, Jorlândio Francisco Félix, disse que Arlon era um rapaz muito tranquilo. “Sempre disposto a ajudar. A pesquisa dele (na área de Nanotecnologia) ia muito bem”, acrescentou. Segundo Jorlânio, esta semana, apresentou alguns resultados do estudante em Southampton, cidade portuária da Inglaterra. “Os pesquisadores de lá ficaram bastante entusiasmados”, disse. Arlon teria mais cerca de um ano e meio para terminar doutorado.Jorlândio foi o primeiro a chegar ao Hospital de Base do Distrito Federal, para onde a vítima foi levada depois de ser atingida por quatro facadas de um assaltante enquanto voltava para casa de bicicleta, no Sudoeste. O professor recebeu uma ligação por volta das 21h de quinta, pois o número dele era o mais frequente no celular do Arlon. Seguiu para o HBDF, mas não conseguiu ver o aluno, que já estava inconsciente.
Arlon veio de Rio Branco do Sul, no Paraná, para estudar em Brasília. Fez mestrado em física e, agora, era doutorando na UnB, na mesma área. Sempre ia e voltava da universidade na bicicleta levada pelo assaltante.
Sebastião William da Silva, professor do Instituto de Física da UnB, era amigo de Arlon. Ele disse que, há cerca de um ano, os dois tinham o hábito de andar de bicicleta todos os domingos de manhã. “Ele morava na Asa Norte e se mudou para o Sudoeste há cerca de dois meses, porque achou uma quitinete mais barata”, disse.
Segundo o amigo, Arlon era solteiro e muito tranquilo. “Às vezes, achávamos que estava dormindo em pé. Não se abria muito sobre a vida pessoal. Mas sei que os pais dele são separados e não tinha muito contato com eles”, ressaltou.
O diretor do Instituto de Física da UnB, Felippe Beaklini, disse que estão tentando contato com a família de Arlon em Rio Branco do Sul. “Pedimos ajuda ao pessoal da Universidade Federal do Paraná”, disse. “Muito ruim terminar o ano assim. Era para ser uma época de confraternizações, mas houve essa tragédia. O clima no instituto é de comoção”, ressaltou.
Mistério
Até a última atualização desta reportagem, às 10h21 desta sexta-feira (8), a polícia não tinha prendido nenhum suspeito do crime. A bicicleta em que estava a vítima também não havia sido localizada.
O crime permanece um mistério. Não há testemunhas do assassinato identificadas pela polícia até o momento. O corpo de Arlon foi levado do Hospital de Base para o Instituto Médico Legal (IML) no começo da madrugada desta sexta.
“Tempos de dor”
Nas redes sociais, amigos de Arlon também lamentam a morte. “O Brasil, a UnB e todos nós perdemos um grande amigo, físico, capaz de impressionar pela capacidade de atuação, e um rapaz determinado. São tempos de muita dor”, disse Gabriel Nascimento, pelo Facebook.