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Cliente pagou “espírito” por ajuda em prova, mas não conseguiu tirar CNH

Casal desembolsou R$ 4 mil por “serviços” de vidente presa pela PCDF: homem queria passar em exame do Detran; mulher, curar refluxo

atualizado

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1 de 1 vidente - Foto: istock

Com a divulgação de novos casos de estelionato envolvendo a falsa vidente Vera Lúcia Nicolitch, 52 anos, mais vítimas estão procurando a Polícia Civil para denunciar que foram alvo da golpista. A 4ª Delegacia de Polícia (Guará) conduz cinco inquéritos contra a falsária e registrou mais um caso surreal. Um casal amargou um prejuízo de aproximadamente R$ 4 mil após contratar o serviço da golpista.

O marido, um jovem de 24 anos, pagou para que uma “entidade” o ajudasse a passar nas provas para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Já companheira dele desejava ter os caminhos abertos e se curar de um problema de saúde.

De acordo com as investigações, o casal conheceu Dona Lúcia – nome adotado por Vera Lúcia – após a sogra do homem falar sobre os serviços da sensitiva. Na casa da vidente, o autônomo contou que queria ajuda espiritual para conseguir passar na prova do Departamento de Trânsito (Detran-DF). Em resposta, a estelionatária disse que seria necessário fazer um “trabalho” que custaria R$ 1 mil, além de outros R$ 300 para comprar uma porção de charutos e três imagens.

A vítima foi obrigada a pedir um empréstimo para pagar pelos serviços de Dona Lúcia. Dias depois, o rapaz foi reprovado na prova e questionou a vidente. Ela respondeu que tinham outros “obstáculos espirituais” e que seria necessário pagar mais R$ 500 com o objetivo de afastar a presença de espíritos malignos que estavam atrapalhando seu sucesso na prova. A vítima desconfiou e não fez o pagamento.

Saiba mais sobre a investigação: 

 

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Várias imagens eram utilizadas para dar maior veracidade à história
Vera Lúcia é alvo de cinco inquéritos policiais instaurados pela PCDF
Diogo, filho de Vera, também participava da farsa
Luana, esposa de Diogo, também foi presa por envolvimento em operação desencadeada pela PCDF em 26 de maio
Viviane, filha da vidente e apontada como comparsa nos golpes, é investigada
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Atendimentos fraudulentos ocorriam dentro desta casa

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Várias imagens eram utilizadas para dar maior veracidade à história

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Vera Lúcia é alvo de cinco inquéritos policiais instaurados pela PCDF

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Diogo, filho de Vera, também participava da farsa

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Luana, esposa de Diogo, também foi presa por envolvimento em operação desencadeada pela PCDF em 26 de maio

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Viviane, filha da vidente e apontada como comparsa nos golpes, é investigada

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Chá indigesto

Já a companheira do rapaz perdeu ainda mais dinheiro e acabou parando no hospital. Ela contou à vidente que queria “abrir seus caminhos” profissionais. A golpista disse que seria necessário pagar R$ 1,5 mil por duas coroas de flores que seriam usadas em mais um ritual místico. A orientação foi repassada por uma comparsa da sensitiva, após incorporar uma suposta entidade que faria o trabalho.

A vítima ainda desembolsou mais R$ 1 mil para que a falsária a ajudasse a curá-la de refluxo. Dona Lúcia orientou a cliente a ir até a Feira do Guará e comprar ingredientes para fazer um chá de melissa. Ela deveria tomar a infusão quatro vezes ao dia e prometeu que em cerca de uma semana, a mulher estaria curada.

Após tomar o chá, a cliente começou a sentir fortes dores abdominais e precisou ser levada às pressas para o hospital. Os médicos identificaram uma crise no aparelho digestivo. Depois disso, o casal nunca mais procurou a vidente e decidiu registrar ocorrência policial.

Segundo o delegado adjunto da 4ª DP, João de Ataliba, a estelionatária também responderá criminalmente. “Esse é mais um caso registrado recentemente por novas vítimas. Pedimos que outras pessoas que tenham sido lesadas procurem a delegacia”, disse.

Os golpes 

Alvo de cinco inquéritos instaurados pela PCDF envolvendo crimes de extorsão e estelionato, a falsa vidente deixou um rastro de desespero e prejuízo após explorar a fé das vítimas que cruzaram seu caminho. Entre os casos investigados, está o da família de um servidor público aposentado do Itamaraty, que teve quase 200 mil de prejuízo após consultas dele, da mulher e da filha com Dona Lúcia.

O caso ocorreu em 2010 e só foi registrado neste ano, após a filha do servidor saber da prisão da golpista e seus comparsas. Segundo o delegado João de Ataliba, a mulher pode responder também por esse crime, mesmo tendo se passado uma década do falso “serviço espiritual” prestado à família.

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