CLDF coloca-se à disposição da PCDF e do MPDFT na apuração de denúncias
Poucas horas após a deflagração das investigações sobre os distritais, Câmara se coloca a disposição para prestar esclarecimentos
atualizado
Compartilhar notícia
A Câmara Legislativa (CLDF) colocou-se à disposição da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) nas investigações das operações Alpha 19 e Cidade Livre, foram reveladas pelo Metrópoles. Os alvos das investigações são os deputados distritais José Gomes (PSB) e Roosevelt Vilela (PSB).
“A CLDF estará sempre à disposição dos órgãos investigativos e do poder judiciário para prestar quaisquer esclarecimentos”, pontuou a Câmara em nota oficial. Na manhã desta quarta-feira (16/12), investigadores realizaram buscas e apreensões na sede do Legislativo local, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), e em endereços ligados aos parlamentares.
Veja a nota completa:
Na data de hoje, dia 16/12, foi cumprido mandado de busca e apreensão de documentos no gabinete do deputado distrital José Gomes (PSB) realizada pelo Ministério Público e a Polícia Civil do DF.
A CLDF estará sempre à disposição dos órgãos investigativos e do poder judiciário para prestar quaisquer esclarecimentos.
Prova de lealdade
José Gomes foi condenado pela Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico. A defesa do parlamentar questionou a decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Supremo Tribunal Federal (STF). O político chegou a ser cassado, mas, em outubro deste ano, o ministro Dias Toffoli suspendeu a decisão, e o parlamentar retomou o mandato.
O empresário é acusado por funcionários da empresa da família, a Real JG Serviços Gerais, de obrigá-los a votarem nele nas eleições de 2018. O caso foi revelado pelo Metrópoles.
Conforme mostrou a reportagem, o parlamentar foi denunciado por trabalhadoras demitidas, após se recusarem a fazer campanha para ele. Estão anexados ao processo áudios de um primo de José Gomes, nos quais ele pede que os empregados fossem leais ao empresário e votassem nele. A primeira suplente de Gomes é a ex-deputada distrital Luzia de Paula (PSB).
Em nota, José Gomes informou “que está tranquilo e que não cometeu nenhum ato ilícito. Ele irá cooperar com as investigações para dirimir qualquer dúvida”.
Roosevelt Vilela, também alvo da investigação, foi indiciado pela Polícia Federal por crime eleitoral em inquérito que apurou suposto uso de cargos na Administração Regional do Núcleo Bandeirante, Candangolândia e Park Way para captar votos em 2018. As apurações apontaram que o deputado, enquanto administrador das regiões, usou a máquina publica para se beneficiar. Ele teria feito nomeações em troca de votos.
Em nota, o deputado Chico Vigilante (PT) lamentou que “a imagem do Poder Legislativo do DF fica manchada” com a operação realizada nesta manhã. “Obviamente, todos têm direito à ampla defesa prevista na legislação penal. Mas, para que não fique a mácula sobre a Casa e sua administração, é preciso que o presidente Rafael Prudente instaure investigação interna para que os fatos levantados nesse procedimento policial não fique apenas nas questões criminais. É preciso de apuração de eventuais lesões à ética parlamentar. Por isso, a direção da CLDF deve agir com determinação e agilidade e prestar contas à população do Distrito Federal.”
Administração do N. Bandeirante
A Administração Regional do Núcleo Bandeirante também posicionou-se, na tarde desta quarta-feira (16/12), sobre as operações. Em nota, o órgão informou que, “apesar dos fatos terem ocorrido na gestão passada”, está “à disposição para eventuais esclarecimentos”.
O administrador, Adalberto Carvalho, também é alvo da operação. Nesta manhã, investigadores apreenderam documentos, celular e carro durante busca na casa dele. A assessoria da Administração Regional confirmou a informação, mas ressaltou que os objetos são funcionais e foram doados ao órgão na época em que Roosevelt Vilela era o administrador da cidade. O Metrópoles tenta contato com Adalberto.
Confira a nota completa:
A Administração Regional do Núcleo Bandeirante apoia a Operação Cidade Livre e Alpha 19 ou qualquer operação policial com objetivo apurar irregularidades na administração pública.
Apesar dos fatos terem ocorrido na gestão passada, a atual gestão se coloca à disposição para eventuais esclarecimentos.
Os gastos que envolvem o erário são publicados irrestritamente por esta Administração Regional no portal da transparência conforme a (lei n° 6.924,de 25 de julho de 2009).