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Cinco ações de Torres na SSP-DF que devem ser questionadas hoje na CPI

Anderson Torres vai encarar parlamentares da CPI e terá que se defender de suspeitas de omissões e participações em atos relacionados ao 8/1

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ministros da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, durante coletiva sobre o combatministros da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, durante coletiva sobre o combate ao desmatamento ilegal e ao desmatamento ilegal 14
1 de 1 ministros da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, durante coletiva sobre o combatministros da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, durante coletiva sobre o combate ao desmatamento ilegal e ao desmatamento ilegal 14 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O evento político mais aguardado desta quarta-feira (8/8) é a oitiva de Anderson Torres na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional. Ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, ele terá que se defender de acusações de parlamentares a respeito de possíveis omissões ou até participações em eventos que desencadearam no fatídico 8 de janeiro.

Na oitiva, que acontece a partir das 9h, as ações de Torres enquanto secretário da SSP-DF devem ser alvo dos membros da CPMI. Entre elas, cinco já estão na mira de opositores do bolsonarismo. Os principais questionamentos serão a respeito da viagem do ex-chefe da Segurança Pública do DF, na noite da sexta-feira (6/1), quatro dias depois de assumir a pasta e dois dias antes do atentado contra a Democracia.

Mesmo sabendo que apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) planejavam manifestações pela “tomada do Poder” no fim de semana seguinte ao da posse de Lula (PT), Anderson Torres viajou para Orlando, nos Estados Unidos, o que levantou suspeitas. Os parlamentares também devem citar que um despacho do ex-presidente da República de 27 de dezembro de 2022 aponta que Torres só teria direito a férias a partir de 9 de janeiro de 2023.

Transição

O ex-ministro da Justiça de Bolsonaro voltou para a SSP-DF após o agora ex-presidente aliado perder as eleições. Anderson Torres levou com ele para a esfera local alguns nomes com quem trabalhou no governo federal, promovendo trocas em cargos relevantes na Secretaria de Segurança Pública da capital federal. Essa é a segunda ação que está na mira da CPMI.

A Secretaria Executiva e a Subsecretaria de Inteligência, por exemplo, receberam, respectivamente, Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça, e Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência do mesmo órgão. Fernando foi criticado no 8 de janeiro por ter enviado, uma hora antes das invasões, um áudio ao governador Ibaneis Rocha (MDB) dizendo que o movimento estava tranquilo.

Marília eximiu as forças de inteligência de qualquer culpa pela tentativa de golpe, ressaltando que a subsecretaria que ela comandava alertou sobre o perigo das manifestações em “frações de inteligência”, documentos com informes momentâneos do movimento dos manifestantes antes do dia 8.

O papel de Anderson Torres naquele período de transição é o terceiro ponto que deve ser levantado na CPMI. O próprio secretário executivo dele na época admitiu que o chefe da SSP viajou, em janeiro, sem deixar “nenhuma orientação específica” sobre os atos.

“Ele tinha me demandado a questão dessa operação dos dias 7, 8 e 9. Apresentou-me o Protocolo de Ação Integrada, que reúne as ações das forças policiais, e disse que deixaria assinado, mas não me deixou nenhuma orientação específica. Ele disse: ‘Vou assinar, e se precisar do senhor, irei demandá-lo’”, declarou Fernando, na CPI em andamento na Câmara Legislativa do DF.

Documento assinado

Esse protocolo, inclusive, promete render questionamentos na CPMI. Como o Metrópoles mostrou, na reunião fundamental para traçar os planos e ações específicas para o 8/1, ocorrida em 6 de janeiro, no Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob), da Secretaria de Segurança Pública, o então secretário, Anderson Torres, não estava.

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Investigado por omissão no 8 de Janeiro, Anderson Torres ficou preso por quatro meses
Ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado do então ministro da Justiça, Anderson Torres, em fevereiro de 2022
O ex-ministro de Bolsonaro Anderson Torres será o alvo de governistas na CPMI do 8 de Janeiro
Delegado Anderson Torres está na mira da PF
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
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Ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado do então ministro da Justiça, Anderson Torres, em fevereiro de 2022

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Investigado por omissão no 8 de Janeiro, Anderson Torres ficou preso por quatro meses

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Ex-presidente Jair Bolsonaro ao lado do então ministro da Justiça, Anderson Torres, em fevereiro de 2022

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O ex-ministro de Bolsonaro Anderson Torres será o alvo de governistas na CPMI do 8 de Janeiro

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Anderson Torres responde a processo administrativo na PF

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Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública, falou sobre eleições 2022

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Delegado Anderson Torres está na mira da PF

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Naquele dia o Protocolo de Ações Integradas (PAI) foi produzido. A lista dos 15 presentes tem cinco integrantes de forças federais, como a Secretaria de Polícia do Senado, a Coordenação de Segurança do Supremo Tribunal Federal (STF) e a segurança do Ministério de Relações Exteriores (MRE). Após a elaboração do PAI, Anderson Torres aprovou e assinou o documento.

A Procuradoria-Geral da República (PGR), em uma manifestação pela manutenção da prisão preventiva do ex-secretário, em fevereiro, citou essa aprovação. “Como chefe da pasta da Segurança Pública distrital, Anderson Gustavo Torres aprovou o Protocolo de Ações Integradas nº 02/2023 da SSP/DF. […] Ele estava plenamente ciente e consciente da possibilidade de ‘tomada de Poder’ e invasão ao Congresso Nacional.”

Acampamento

Por fim, a CPMI deve levantar as possíveis omissões do depoente em relação à manutenção do acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília. A SSP-DF vinha tentando acabar com a mobilização criminosa durante os últimos meses de 2022, mas não promoveu nenhuma operação na área nos primeiros dias de 2023.

Torres chegou a se reunir, 48 horas antes dos ataques, com Gustavo Henrique Dutra de Menezes, general do Exército que chefiava o Comando Militar do Planalto (CMP) no dia do atentado contra a democracia. O registro da reunião foi obtido pelo Metrópoles e mostra o encontro às 10h do dia 6 de janeiro, uma sexta-feira, na sala de reuniões da Secretaria de Segurança Pública.

Denúncias colhidas pela CPI da Câmara Legislativa do DF e relatos feitos na Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal apontam que o general Dutra foi responsável por impedir ações contra os bolsonaristas no QG. Uma semana após os atos terroristas de 8/1, o Exército demitiu Dutra do cargo. Após a reunião, o então chefe da SSP viajou.

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