Aumentou o calor no DF? A poluição, também
Concentração atípica de ozônio na atmosfera pode provocar graves doenças cardiorrespiratórias, alertam especialistas
atualizado
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As altas temperaturas registradas no Distrito Federal nos últimos dias — que quebraram dois recordes consecutivos, no sábado (17/10) e no domingo (18) — combinadas com o aumento da poluição do ar acenderam um sinal de alerta na Secretaria de Saúde. Nos últimos 15 dias, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) verificou maior concentração de ozônio na região. O gás é formado pela reação de poluentes emitidos por veículos automotores e pela indústria com raios solares. Quando acumulado, pode provocar graves doenças cardiorrespiratórias.
Segundo a bióloga Camila Rodrigues, do Núcleo de Vigilância da Qualidade do Ar (Vigiar), ainda não é possível explicar a causa dessa mudança. No entanto, um dos prováveis motivos apontado por ela é o maior uso do ar-condicionado pela frota de mais de 1,5 milhão de veículos no DF. “Quando um carro liga o ar, ele aumenta o consumo de combustível e, por consequência, os níveis de poluição”, afirmou a servidora da Secretaria de Saúde.
“A situação é atípica”, confirma o engenheiro Weeberb Réquia, especialista em geociência pela Universidade de Brasília (UnB) e pela universidade norte-americana de Harvard. Segundo o cientista, as partículas liberadas por focos de incêndio também têm impacto na formação do ozônio, piorando ainda mais o quadro do DF.
Estamos enfrentando uma onda de calor bem forte, associada a um clima bastante seco, e isso aumenta muito a concentração de ozônio. É um dos gases mais danosos para a saúde humana e que traz prejuízo, principalmente, para crianças e idosos
Weeberb Réquia, engenheiro
Queimadas
Criado pela Secretaria de Saúde, o núcleo do Vigiar também monitora outros pontos, como o avanço de queimadas, e acompanha mudanças da radiação solar na região. Só nos últimos 15 dias, foram identificados pelo menos 154 focos de incêndio no Distrito Federal.