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Ciclistas relatam rotina de perigo em treinos no Parque da Cidade

Atletas profissionais de triathlon e ciclistas da capital federal relatam o desconforto de viver em uma rotina com insegurança

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Ciclista pedala em ciclovia no Parque da Cidade. Pinheiros caídos ao fundo
1 de 1 Ciclista pedala em ciclovia no Parque da Cidade. Pinheiros caídos ao fundo - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Atletas profissionais de ciclismo e triathlon da capital federal relatam o desconforto de viver uma rotina de insegurança. Atualmente, muitos dos esportistas utilizam as vias externas do Parque da Cidade, onde precisam dividir parte do espaço com carros, o que aumenta o risco de acidentes. Na última quinta-feira (13/6), por exemplo, um ciclista foi atropelado no local.

Felizmente, o homem foi atendido pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) e transportado ao hospital. Ele estava consciente e orientado, sem queixas de dores. Apesar do acidente não ter passado de um susto, revela a necessidade da construção de um debate para minimizar a possibilidade de outros atropelamentos.

Vicente Saraiva Júnior, de 46 anos, conhecido como Viça Saraiva, é um atleta profissional de triathlon. Ele pratica o esporte há mais de 30 anos e representou o Distrito Federal em diversas competições. Sobre os acidentes, ele revela que é recorrente: “Isso acontece muito. Tanto por falta de respeito dos motoristas, como por imprudência e imperícia dos ciclistas. Não adianta a gente querer culpar só os motoristas”.

Reabertura do autódromo

Além do incentivo ao debate e ao respeito, para ele, uma opção para diminuir os acidentes na área do Parque da Cidade é reabrir o espaço do autódromo. “Iria servir para as pessoas que fossem treinar e diminuiria bastante o fluxo de ciclistas no parque”.

Os pelotões que treinam com suas bicicletas andam em sentido horário, usando a faixa da direita, mas precisam, por vezes, usar as outras faixas para realizar ultrapassagens. A possibilidade de isolar uma parte da via também geraria confusões.

“A gente não consegue fechar a faixa da extrema direita só para gente. Primeiro, porque como é que as pessoas vão ter acesso aos estacionamentos? Se colocar cone, se precisar de uma área de escape pra esquerda, não teria. Porque se tem cone, vai bater e vai cair. Fechar a faixa da extrema esquerda também fica inviável”, explica.

Viça Saraiva ressalta que seria muito perigoso que ciclistas e atletas profissionais utilizassem as ciclovias do parque: “É muito perigoso andar ali, porque atletas profissionais trafegam em alta velocidade e muitas pessoas pedalam passeando na ciclovia de dentro do parque. Seria perigoso”.

Por esses motivos, o praticante sugere, sobretudo, um diálogo entre os atletas: “De repente, é sentar e a gente vê como podemos minimizar uma política de redução de danos, de convivência pacífica entre os ciclistas e os carros”.

Rodas da Paz

O conselheiro da ONG Rodas da Paz Raphael Barros Dorneles concorda que o Poder Público poderia fazer mais a fim de garantir segurança aos competidores de alta performance que utilizam o Parque da Cidade para treinar. “Poderia ser designado um trecho do asfalto exclusivo para os ciclistas, com sinalização vertical e horizontal com manutenção. Além, disso, seria interessante ter a redução da largura das outras faixas para que tenha espaço para essa faixa. E a pista do parque deveria ser 40km/h”, sugeriu.

Dorneles lembra que um proposta que cria um espaço exclusivo para ciclistas profissionais acabou engavetada. “Nós propusemos há alguns anos, através da Secretaria de Esportes, a criação de uma Área de Proteção ao Ciclista Competidor, também conhecida como APCC. A Semob sugeriu algumas pistas na cidade que poderiam ser usadas como circuito e seriam fechadas por algumas horas do dia para o treino. No entanto, a resposta do Detran foi que não havia interesse da sociedade para tal espaço, pois o transtorno seria maior que as benesses”.

A reportagem acionou o Detran-DF e aguarda um posicionamento.

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