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Chuvas deixam DF infestado de escorpiões, baratas e formigas

Secretaria de Saúde alerta para cuidados que brasilienses devem tomar a fim de prevenir a incidência de animais nas residências

atualizado

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Toninho Tavares/Agência Brasília
escorpião
1 de 1 escorpião - Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

Uma cena se tornou corriqueira para muitos moradores do Distrito Federal nas últimas semanas: chegar em casa e se deparar com a presença indesejada de bichos. Em busca de abrigo contra as chuvas, as criaturas invadem residências, chegando a colocar em risco a segurança das pessoas. A lista de “invasores” traz de besouros e mosquitos a animais peçonhentos, como aranhas, lacraias, escorpiões e até mesmo serpentes.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), o período chuvoso coincide com o aumento no número de ocorrências relacionadas a bichos. Os dados de 2018 só serão consolidados no fim do ano, mas, para se ter uma ideia, ao longo de 2017 foram registrados 1.220 acidentes provocados por animais peçonhentos na capital da República.

Os casos mais recorrentes são relativos à incidência de escorpiões em residências, que representam 75% dos episódios, ou seja, 916. Na sequência, os registros trazem 106 acidentes provocados por serpentes e 91 por aranhas. Por sorte, nenhum deles resultou em óbito.

Segundo a pasta, a infestação aumenta nesta época do ano, devido ao aumento no volume de água nas galerias pluviais. Além disso, como muita água escorre por bueiros e galerias, insetos variados se veem obrigados a deixar esses locais em busca de abrigo.

Outros dois fatores impulsionam a aparição dos bichos nas residências dos brasilienses: a grande oferta de alimentos, como restos de lixo e entulhos; e as condições oferecidas nas casas, como umidade, temperatura e luminosidade.

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Nesta época do ano, aumenta a incidência de baratas em residências
Equipes da Vigilância Ambiental, da Secretaria de Saúde, fazem dedetização de espaços públicos
No período chuvoso, também há proliferação de barbeiros, inseto transmissor da doença de Chagas
No período das chuvas, o habitat natural de escorpiões é inundado,  e esses aracnídeos procuram locais para se abrigar. Eles se instalam em tubulações de esgoto, nos entulhos e em materiais de construção. Podem também entrar nas casas, onde ficam alojados em tomadas sem uso, em peças de roupa, dentro de sapatos, em quintais e em espaços escuros e reservados
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Certas localidades, como algumas quadras das 700 na Asa Sul, estão cheias de centopeias

Marcio Sousa/Flickr
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Nesta época do ano, aumenta a incidência de baratas em residências

Reprodução
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Equipes da Vigilância Ambiental, da Secretaria de Saúde, fazem dedetização de espaços públicos

Andre Borges/Agência Brasília
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No período chuvoso, também há proliferação de barbeiros, inseto transmissor da doença de Chagas

Gabriel Jabour/Agência Brasília
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No período das chuvas, o habitat natural de escorpiões é inundado, e esses aracnídeos procuram locais para se abrigar. Eles se instalam em tubulações de esgoto, nos entulhos e em materiais de construção. Podem também entrar nas casas, onde ficam alojados em tomadas sem uso, em peças de roupa, dentro de sapatos, em quintais e em espaços escuros e reservados

Gabriel Jabur/Agência Brasília

 

Reclamações de Planaltina a Águas Claras
Na residência da estudante Ana Luiza Badu, 20 anos, em Planaltina, são as baratas que trazem dores de cabeça para ela e a família. Ao lado de sua casa, na Quadra 6 do Condomínio Arapoanga, um terreno vazio contribui para o surgimento dos bichos. “Moro em uma casa antiga, então tem muito esconderijo para as baratas. Não temos como controlar”, diz.

Tivemos uma infestação num armário em que guardamos comida e, agora, precisamos limpar ele toda hora. Colocamos veneno, mas são muitas baratas e mosquitos

Ana Luiza Badu, estudante

Na Ql 16 do Lago Norte, os insetos obrigaram os moradores a promover um mutirão para dedetizar todas as casas da rua. Uma das famílias que participou da mobilização foi a de Laura Neiva, 20.

No imóvel da jovem, os “visitantes” incluem besouros, minhocas, formigas e até mesmo lesmas. “Como moro em casa, acho que a área verde contribui para o aparecimento deles. Tem muitas formigas aqui. Um dia após dedetizarmos, várias delas apareceram mortas no chão”, conta.

O servidor público Caio Araújo Gomes, 38, diz viver com medo dos escorpiões. Recentemente, o morador de Águas Claras flagrou dois deles transitando pelo apartamento. “Tenho um menino pequeno, que fica em casa com a mãe o dia todo. Nessa época, temos que ficar atentos, sempre de olho. Sabemos do perigo.”

No início da semana, moradores, porteiros e funcionários de uma empresa telefônica levaram um susto na 209 Sul: em uma das caixas de telefonia da quadra, havia dezenas de escorpiões.

Picada dentro do hospital
Em outubro, uma mulher de 56 anos foi picada por um escorpião dentro do Instituto Hospital de Base (IHB). Liane Palha Kruel acompanhava a mãe no pronto-socorro da cardiologia, e o animal estava no chão da unidade quando a atacou.

Ela não percebeu a presença do aracnídeo peçonhento e só o viu quando sentiu a dor da ferroada. Segundo Liane, o local estava limpo e o atendimento foi rápido. “O socorro veio imediatamente. Eles me colocaram em uma ambulância e me levaram para o Hran [Hospital Regional da Asa Norte]. Recebi as medicações e pedi para ser liberada”, narra.

Imagem cedida ao Metrópoles
Escorpião que picou mulher no Instituto Hospital de Base

 

Como prevenir acidentes
A Secretaria de Saúde recomenda que os moradores instalem telas nos ralos e janelas das residências, além de rodos de vedação nas portas e barreiras físicas capazes de impedir o acesso dos animais.

A pasta alerta: caso se depare com a presença de um animal peçonhento, comunique o acontecimento de imediato à Vigilância Ambiental, responsável pelo monitoramento da distribuição temporal e espacial da população de insetos. O atendimento aos cidadãos é feito por demanda passiva, ou seja, o próprio morador deve acionar o serviço de saúde para que as providências sejam tomadas.

Veja como agir em caso de picadas de animais peçonhentos:

  • A primeira medida é procurar o hospital ou unidade de pronto atendimento (UPA) mais próximo;
  • Lavar o local;
  • Não usar torniquetes;
  • Não aplicar remédios caseiros, como borra de café ou álcool;
  • Não tentar “chupar” o veneno do ferimento;
  • Se possível, capturar o animal para que seja feita a identificação, pois isso facilitará o socorro.
  • Outras orientações podem ser obtidas no Centro de Informações Toxicológicas (CIT), que atende pelo telefone 0800 644 6774.

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