Após córrego transbordar, pista de acesso a Águas Claras é fechada
Com o temporal, estação do metrô de Samambaia Sul foi fechada após alagamento. Bombeiros registraram acidente com morte na DF-128
atualizado
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A chuva forte registrada no Distrito Federal desde a noite de quinta-feira (15/11) provoca muitos transtornos aos brasilienses. Houve alagamentos em diversos pontos, como na estação do metrô de Samambaia Sul, que foi fechada nesta sexta (16). Além disso, uma cratera se abriu na Estrada Parque Vicente Pires (EPVP), de acesso a Águas Claras, após o Córrego Samambaia transbordar. A pista está interditada nos dois sentidos e sem previsão de reabertura.
Segundo o diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Márcio Buzar, que está no local, a via foi fechada pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil por conta dos riscos aos motoristas e ficará bloqueada pelo menos até o fim desta sexta-feira (16). Ele disse que só poderá ser liberada após o solo ser estabilizado.
A erosão, que já existia anteriormente, atinge diretamente a ciclovia. Só que, após a forte chuva da madrugada desta sexta, uma erosão se formou na beira da DF-079. De acordo com o diretor, o maior problema é uma tubulação da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) que fica sob a via. “Ela causa o acúmulo de galhos de árvore, sujeira, e impede o fluxo de água. Jó solicitamos a retirada”, pontuou.
Em nota, a companhia informou que uma rede de esgoto será retirada nesta sexta. Já a outra vai ser removida na próxima semana.
O DER chegou a reabrir duas faixas da EPVP, sentido Águas Claras, por volta das 7h30, mas fechou novamente às 8h30. Em nota, o Centro Integrado de Operações de Brasília (CIOB) confirmou que a pista foi interditada nos dois sentidos após o transbordamento do córrego, já nas proximidades do Viaduto Israel Pinheiro, uma das principais saídas de Águas Claras. “A interdição será mantida até que sejam realizadas a limpeza da via e a avaliação completa da estrutura da ponte que cruza a via”, destacou.
A Polícia Militar está organizando o trânsito no local. “A recomendação é de que os moradores da região evitem o local e sigam pela EPVP no sentido Estrada Parque Núcleo Bandeirante [EPNB] ou demais saídas da cidade”, assinalou o Centro Integrado de Operações de Brasília.
O subsecretário de Proteção e Defesa Civil do DF, Sérgio José Bezerra, descartou risco de desabamento da pista. Mas disse que a via só será liberada após a escavação, limpeza e o reforço do solo. O comerciante Paulo Pereira, 40 anos, contou que mora há duas décadas numa chácara situada perto do Córrego Samambaia.
Segundo ele, os problemas começaram após a duplicação da pista EPVP, quando o volume de água que vem de Vicente Pires e Águas Claras começou a ser canalizado para o córrego. “Antes, você podia até pescar por ali. Agora, tem muita erosão. Já encaminhei notificação para o DER e a Caesb, mas ninguém tomou providência”, queixou-se.
O entregador Marcelo Matsuda, 40, diz que perdeu um dia de trabalho. Na hora do alagamento, ele tentou atravessar a pista com seu caminhão, mas o veículo deu problema e Marcelo teve de descer para chamar o guincho, que demorou seis horas para chegar. Ele relata que a água estava até o joelho.
Outros transtornos
Em Vicente Pires, a Rua 8 – onde um cavalo morreu eletrocutado na quarta-feira (14) — está interditada após uma cratera se abrir no local. Pelo menos dois acidentes complicaram o trânsito na EPTG na manhã desta sexta-feira (16). Na 710/711 Norte, uma colisão entre dois veículos deixou uma vítima ferida na madrugada.
O caso mais grave ocorreu na DF-128, sentido Planaltina de Goiás, próximo ao posto da Companhia da Polícia Rodoviária Federal, na manhã desta sexta. A colisão entre um caminhão e mais dois veículos pequenos causou a morte de Sérgio Calaça de Oliveira, 41.
O DER fechou a faixa inversa da Estrada Parque Indústria e Abastecimento Norte (Epia Norte), ou DF-003, por conta da pista molhada. Para diminuir os transtornos, as faixas exclusivas da EPTG e da EPNB (Núcleo Bandeirante) foram liberadas.
Os temporais têm sido frequentes e intensos. Já bateram recorde. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a média histórica para novembro é de 220 milímetros. Somente nestes 16 dias do mês, são 258mm. Nesta sexta, foram 26mm.
Na Vila Cauhy, Núcleo Bandeirante, a comunidade está apreensiva. O córrego Riacho Fundo também transbordou e atingiu algumas casas. Em 2015, pelo menos 60 famílias ficaram desalojadas na área por conta dos temporais. “Desta vez, não chegou a essa situação, mas as pessoas tiveram dificuldade de sair de casa por causa do alagamento. Estamos preocupados e já acionamos a Defesa Civil”, ressaltou Walter Marques, diretor de Comunicação da Associação de Moradores do local – onde vivem 2,5 mil pessoas.